O sábado vinha cheio de atrações! E acabou sendo um dia muito bom mesmo. Como a Sara estava de folga, podemos aproveitar o dia fazendo algo juntos.
Nesse dia Sara tinha marcado de receber sua professora de tango para o almoço, uma turca que eu não lembro o nome. Sarita fez um penne com um molho à base de creme de leite e tomate. Na sobremesa uma torta com aqueles morangos da Dinamarca que eu nunca vi igual em nenhum lugar do mundo. Embora a refeição tenha sido ótima, a vibe estava meio pesada. A professora tinha terminado um relacionamento um tanto estranho (de acordo com suas palavras) e estava tendo problemas para aceitar isso. Desabafou bastante conosco...
De lá fomos à casa da Emanuela, uma italiana que está morando em Copenhagen por conta de um projeto de arquitetura de uma universidade local. Ela mora num quarto e sala bem legal que fica de frente a uma praça muito interessante, cheia de restaurantes e lojas. Emanuela disse que o apartamento é locado pela própria universidade (e tem mobília novíssima) e o custo é mínimo. Tudo naquele esquema de piso de assoalho bem característico de lá. Ficamos em sua casa vendo alguns vídeos de tango, conversando (e a professora desabafou um pouco mais rs) e partimos para uma volta pela ruas do centro – dessa vez sem a "coração partido".
Chegamos até uma torre, ponto turístico e que foi o primeiro observatório astronômico da Europa, inaugurada em 1588. Hoje ela é, além de observatório amador, um centro de artes e uma biblioteca. A subida é em caracol e tem uma parte que é um "quase museu" com objetos da época de sua inauguração. Só fiquei chateado que, no momento em que pisei no terraço, a chuva começou a cair...rs Mas deu pra ver um pouco do panorama da cidade. Copenhagen definitivamente é uma cidade de construções baixas e com um terreno quase que totalmente plano. É curioso ver uma cidade com aquela arquitetura do norte da Europa tão grande. Aqui no Brasil as cidades que conheci com essa característica sempre foram pequenas.
Descendo de lá, continuamos nossa volta pelo centro. A chuva deu um tempo e fomos até a região de Nyhavn (um dos poucos nomes que lembro de lá). Essa foi a área com mais cara de Amsterdam que vi. Um canal cheio de barcos cercado de restaurantes e lojinhas...todo mundo ao ar livre aproveitando o tempo bom e o dia de São João. Sim, lá também se celebra São João, no mesmo dia 24 de junho. Só que obviamente as tradições deles são bem diferentes. Quando passamos por lá tinha uma banda de jazz tocando (muito boa por sinal) e todos os restaurantes estavam lotados. Seguimos caminhando até um canal maior, onde havia barcos de transporte de massa. Lá, na beira, tinha um restaurante enorme com um espaço na entrada onde estava rolando um baile de salsa ao ar livre. Achei bem curioso e interessante ao mesmo tempo.
De lá voltamos caminhando até Nyhavn (coisa de 5 minutos) e encontramos a Amina. Partimos para um biking tour e vi muitas coisas legais da cidade. Chegamos até o Palácio onde reside a Família Real dInamarquesa, um local bastante bonito e basicamente aberto. Bem diferente de Buckingham... Estava vazio (na verdade só tinha a gente rs) pois todos estavam na beira do canal principal para assistir as festividades de St. John.
Ao voltarmos ao canal, vimos uma movimentação intensa de gente. Amina me explicou que era para assistir a cerimônia da “Queima da Bruxa”. Pois é, é isso mesmo que você leu. Sabe daquelas histórias e filmes que vemos sobre a idade média onde mulheres tidas como bruxas eram queimadas na fogueira? Então, eles ainda fazem isso, só que com uma mulher de papelão. Mas eles ainda fazem isso!rs E detalhe: o local da queima fica em frente a um edifício bem dark que disseram ser um antigo presídio feminino. Ou seja, essa “queima” ainda tinha uma função intimidadora! As presas que se aproximavam da janela provavelmente pensavam: “Melhor andar na linha, senão eu posso ser a próxima”!rs
A cerimônia é bem simples. Tinha alguém fazendo um discurso no microfone (as meninas me disseram que era algo sobre o orgulho e a história da Dinamarca)... depois disso todos cantaram um hino (eu cheguei a pegar um papel com a letra) e no fim, acendia-se a fogueira e queimava-se a bruxa. O churrasco em si durava bem pouco, menos de cinco minutos eu acho...
Findada a cerimônia e finada a feiticeira, já estava começando a anoitecer – 22hs – e fomos a uma festa na parte nova da cidade. Pedalamos muito e dessa vez chegamos a um local com arquitetura bem moderna (mas todos os prédios com 5 andares no máximo – lembrou um pouco a Barra da Tijuca). Lá estava rolando uma festa de Hip Hop na beira do canal (sim, Copenhagen é rodeada de canais e tudo acontece perto de um deles) com uma fogueira acesa no meio, o que se mostrou bem providencial pois na medida que ia ficando mais escuro, ia aumentando o frio. Nós ficamos bem perto da fogueira e comemos um ensopado de carne que vinha num copo de plástico (estilo caldinho de feijão pé-sujo) acompanhado de um pão. Sentamos lá, aproveitando o calor durante bastante tempo, até que encheu o saco e fomos embora (eu já estava bem cansado). Pedalamos de volta no frio (coisa de 12,11 graus), passamos por uma área diferente da cidade e eu comecei a me sentir febril e com a garganta doendo, pouco antes de chegar em casa. Isso acabou sendo um mau sinal.
Nas fotos: O panorama de Copenhagen, o brasão da Torre, sede do banco dinamarquês no Centro da cidade, Nyhayn, o Palácio Real, a Opera House e a queima da bruxa.






