DIA
2
Acordei ainda cansado e bem antes do que deveria. Seis da manhã
e já estava de pé (culpa do Jet Lag). Decidi então levantar-me e fazer alguns
exercícios. Londres foi a única cidade onde consegui seguir uma rotina de
exercícios. Como a Camila é personal trainer, acaba rolando uma atmosfera
saudável ao redor. Depois da série (que durou mais ou menos 1h), enrolei
bastante pra fazer o café da manhã, que foi um sanduba de presunto inglês com
um queijo cheddar maturado (que não se parece nada com o cheddar que estamos
acostumados no McDonald’s - muito melhor!) e blueberries (sensacionais, e de
acordo com a Cami excelente fonte de vitaminas – lembram um pouco na textura a
uva sem caroço, mas menores). Quando terminei decidi voltar a Covent Garden,
mas para ver como aquilo funcionava de dia. Utilizei o Tube (a essa altura já
dá pra entender que é o metrô né?rs) e quando cheguei fiquei encantado. O que
tinha visto de noite durante o dia era igualmente (e de uma maneira diferente)
incrível! Estava fazendo sol, mas naquele clima “luz de geladeira”. Eu estava
de calça e casaco e via gente passeando de bermudas e camiseta...
Foi nesse dia que eu senti, de verdade, a diferença de fuso. Eu
estava andando pelo centro, sem um roteiro específico, apenas observando a
cidade e sua circulação, quando um cansaço inacreditável me veio muito forte.
Tão forte que eu não consegui mais me concentrar em nada e decidi voltar à casa
da Camila para dormir. Cheguei por volta de 12:30 e dormi até às 18hs, que foi
quando a Camila me acordou pois tínhamos um show pra ir em Camden Town às 21hs.
Só que antes iríamos jantar então precisávamos sair com uma certa antecedência.
E digo com toda a sinceridade que se não fosse por ela insistir muito eu teria
continuado dormindo sem problemas.rs
Depois de desperto e limpo, fomos até o famoso bairro de Camden
Town. Camden é conhecido, entre outras coisas, por ser uma área onde muitos
artistas e alternativos vivem (Amy Winehouse morava lá), e tem um mercado de
rua muito bacana, que fica aberto todos os dias. O street market tem uma cara
de camelódromo, só que mais clean e a maioria das barracas vende roupas e
sapatos. Mas é possível também encontrar quadros, livros, incenso, artesanato,
instrumentos musicais... enfim, de tudo. Porém nesse primeiro dia eu não
conheci o mercado a fundo. Voltaria lá depois e desvendaria todos os
pormenores.
Saindo da estação de metrô, fomos direto jantar. Decidimos por
um “Gourmet Burger” e chegamos ao Haché, na Inverness Street, ao lado da
estação do Tube. Lugar incrível mas com atmosfera bastante simples (diferente
dos gourmet burgers do Brasil – talvez pelo fato de lá isso ser mais comum).
Além do ambiente a comida também era ótima! Eu pedi um clássico cheeseburger
com queijo cheddar. E ainda passei por acaso na cozinha onde assisti de relance
uma parte de Alemanha x Holanda pela Eurocopa com os cozinheiros. Tudo naquele
clima mesa-redonda.
De
lá demos uma volta pelo bairro (que também é muito bonito com aquelas
construções de tijolos) e tenho que contar que vimos um abrigo para pessoas
sem-teto. É melhor que muito prédio residencial do Rio de Janeiro. Perguntei
pra Cami: “Os mendigos moram aí?” Após a resposta positiva dela, emendei: “Precisa
de visto pra ser mendigo?”rs
Fomos
então finalmente ao show! Cami me convidou para assistirmos um tal de Terry
Reid. Terry é um cantor de
blues/folk/rock inglês que teve seu auge na década de 70. Quando Jimmy Page terminou
com o Yardbirds (por volta de 68/69), convidou-o para ser o vocalista de seu
novo projeto, o “The New Yardbirds”, que logo em seguida se tornaria o Led
Zeppelin. Terry já havia se comprometido que iria fazer os shows de abertura da
turnê do Cream e recusou, mas indicou a Jimmy um garoto bom de gogó: Robert
Plant! Confesso que não conhecia a história do Terry, mas o show me agradou
muito! Foi no The Jazz Club, um lugar um pouco menor que o antigo Ballroom no
Humaitá (RJ). Apesar do local pequeno o som estava ótimo (ok, músico
falando!rs). E eles usaram até um piano de cauda! Vai aqui mais um obrigado à
Cami pelo convite.
O
show terminou umas 23:30 e a Cami estava bem cansada pois tinha levantado cedo.
Partimos rumo a East Putney. Foi nesse momento que se passou um episódio típico
de Camden. Perto da estação do Tube, um cara me ofereceu “marijuana”. Eu disse: “no, thanks”, no que ele rebateu: “anything?” Anything??? haha Anything é muita coisa! Fiquei
com vontade de pedir algo bizarro só pra ver a reação dele, mas recusei mais
uma vez e desci a estação. É... definitivamente o dia 2 tinha terminado.
Abaixo seguem dois vídeos: o primeiro da gravação de estúdio de Seeds of Memory, e no segundo um trecho do show que fui (gravado por outra pessoa lógico rs).
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