quinta-feira, 26 de julho de 2012


Fala!
   Entre os meses de junho e julho/2012 consegui realizar um dos grandes sonhos da minha existência: conhecer a Europa (ou parte dela). Quem convive comigo há algum tempo já percebeu o quanto eu sou louco por história e cultura em geral. A Europa é uma fonte interminável. Desde as grandes cidades aos pequenos vilarejos (e acredite, conheci de tudo), o Velho Mundo sempre tem alguma origem interessante, algum ponto de beleza  e vitalidade sem igual!
   Como muitos amigos me perguntaram e me perguntam sobre a viagem e coisas que vi, decidi relatar tudo aqui. Até porque esse tipo de viagem me veio quando conheci um blog inteiramente por acaso (o “Panga ‘Round the World”) e através dos relatos do Thiago (autor do blog), senti uma vontade incontrolável de fazer o mesmo. De uma maneira muito mais humilde – Thiago viajou por seis meses do Brasil até os EUA. Eu iria para outro destino e por muito menos tempo: 30 dias – senti que escrever aqui é retribuir o que o Blog do Thiago fez por mim.
   O roteiro foi: Londres – Copenhagen – Barcelona - San Sebastián - Porto. Inglaterra, Dinamarca, Espanha e Portugal. Escolhi lugares onde teria casa pra ficar, já que a grana era curta mas o desejo enorme. Uma das grandes dores foi não conhecer Paris e Roma. Mas pelo menos agora eu tenho um motivo fortíssimo pra voltar (esses e Barcelona também, mas isso é outra história...rs).
   Bom, chega de enrolar!

LONDRES
  Quando marquei a viagem, tentei fazer de Londres o ponto de partida pelos seguintes motivos: facilidade de obter voos (consegui ida e volta sem escalas), além de várias opções para chegar aos outros pontos do roteiro. Nas simulações das passagens aéreas dentro da Europa, partindo de Londres sempre dava um valor final menor (como eram longas distâncias, fiz tudo de avião. Descobri que algumas vezes era menos da metade do trem). Então Londres ficou no topo da lista. Na chegada, fiquei 8 dias inteiros na capital inglesa. E não me arrependi!

Dia 1
   O primeiro grande choque ao chegar em Londres começa já no aeroporto de Heathrow.  Considerado o maior do mundo em tráfego de passageiros, seu tamanho é inacreditável. Não consigo encontrar nada no Brasil que possa usar como comparação. Para vocês terem uma ideia, o aeroporto conta com um sistema de metrô próprio (e gratuito) para que os passageiros possam se locomover entre os terminais (que totalizam 5 – O internacional do RJ por exemplo, possui 2). Existem placas indicando e até “sugerindo” que você utilize o metrô dentro do aeroporto. Lembro de um trecho que fiz utilizando-o e na placa dizia que o mesmo percurso a pé levaria 20 minutos. 20 minutos para percorrer um trecho de apenas UM dos terminais. Além disso, o metrô de Londres (Underground), tem uma estação dentro do aeroporto. Para quem, como eu,  vive no Rio de Janeiro e não tem NENHUMA linha de ônibus comum que leva até o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o sentimento foi de revolta imediata com nossos políticos!rs
   Bom, de lá fui com a Camila (a amiga que me recebeu e foi me buscar no aeroporto) até sua casa, no bairro de East Putney. Já no Underground fiquei impressionado com a quantidade de linhas. Camila me explicou que sempre deveria optar por me locomover com o Tube (nome que os Londrinos dão ao seu metrô). Era simples, chegava em praticamente todos os pontos da cidade e tinha um sistema de pagamento único, através do Oyster Card. Para quem é do Rio, o Oyster Card é como o Riocard (ou Bilhete Único, pra quem é de SP). A GRANDE diferença, é que você tem a opção de pagar um valor semanal e pode utilizar quantas vezes quiser. A cidade é dividida em zonas, e quanto mais perto da região central – a mais movimentada – mais caro o valor do “passe”. Escolhi o passe semanal áreas 1 (central) e 2 e paguei 27 libras. Valeu muito a pena. Confesso que não tenho ideia de quantas vezes peguei o metrô...
   Chegando na casa da Cami, recebi o outro choque de realidade: frio. Muito Frio! 13 graus, em pleno verão! East Putney fica na região sudoeste de Londres (pertinho de Wimbledon) e é uma área incrível, com muito verde e um clima quase de cidade pequena. A atmosfera me lembrou o Grajaú, bairro em que vivo no Rio. Só que muito mais limpo e organizado!rs Fomos andando da estação até seu apartamento (5min) e assim que chegamos, ela preparou um jantar ótimo. Eram 6 da tarde e ainda estava bastante claro. Aprendi depois que o sol só se põe às 22hs! Isso fez com que eu ouvisse expressões antes inimagináveis, como "te vejo às 8 da tarde". 
   Aliás, o apto da Cami era muito confortável. No térreo de um prédio de 4 andares, extremamente silencioso. Dois quartos (ela divide com um comissário de bordo que passa a maior parte do tempo viajando), cozinha estilo americana - com um balcão a integrando com a sala - e um pequeno hall separando todos os ambientes. O prédio tinha aquele aspecto bem londrino, fachada com tijolos expostos, e um muro que circundava o terreno. A entrada era livre (não tinha portão) e a sensação de segurança absoluta.
   Estava cansado do voo (dormi pouco – mas devo dizer que a British Airways foi ótima, serviço impecável) e ainda com Jet Lag – em Londres são 4hs a mais. Mas “obriguei” a Cami a me levar para um rolê por Londres. Fizemos um roteiro sensacional: Covent Garden – que é um grande paço – Picadilly Circus, Carnaby Street e Soho. A região mais famosa de Londres, de cara! Um ambiente com aquele ar vintage, de início do séc. XIX. Nesse primeiro dia já percebi o que seria via de regra. A pluralidade cultural! Londres é a capital do mundo, onde você encontra pessoas de praticamente todas as nacionalidades. A única cidade que eu penso ser parecida é Nova Iorque (que não por acaso também é conhecida como a Capital do Mundo). O que menos se escuta quando se caminha por Londres é inglês. Qualquer restaurante de comida internacional é gerido por estrangeiros, e é impressionante a quantidade de estabelecimentos de alimentação. Decidimos, após a volta, comer uma pizza no Fratelli La Bufala (excelente!) e só tinha italianos no lugar.rs Inclusive, o garçom que nos atendeu é casado há 15 anos com uma brasileira e fala português fluentemente. Conversamos tanto que ele até esqueceu de atender outras mesas!
  Depois da pizza voltamos pra casa (era em torno de 23hs). O cansaço tinha chegado forte e precisava me recuperar para os próximos dias.


Nas fotos: o bairro de East Putney.






Um comentário:

  1. Ariel, o blog está fantástico. Já li todas as postagens e aguardo ansiosamente pela continuação. Só que me conta uma coisa... Como é chegar no Brasil depois de ter realizado seu sonho de conhecer o Admirável Mundo velho? Vida que segue, imagino. Mas e o desejo de voltar, as comparações com a estrutura do nosso país (revolta como li). Eu pergunto, pois imagino que seja difícil não planejar mudar para lá.

    beijos, meu querido.

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