Depois do sábado cheio de opções e atrações,o domingo seria mais tranquilo. A Cami tinha marcado de fazer uma feijoada na casa de uns amigos. Quem iria cozinhar era o Luciano, um baiano que já está em Londres há bastante tempo e que conheceu a Cami nessas andanças da vida.
A Cami teve que ir antes, pois tinha ficado de ajudar na arrumação das coisas, e principalmente porque o Luciano não conhecia o resto da galera, e como os ingleses são diferentes da gente, ele provavelmente iria se sentir um tanto deslocado. Ela saiu por volta das 9 da manhã. Eu só acordei meio-dia e ainda dei uma enrolada... só cheguei lá depois das duas da tarde (depois de várias ligações da Camila querendo saber se eu estava vivo!rs).
A casa ficava num bairro do East London (a região não tão valorizada da cidade – mas não se engane. Ainda é bem melhor estruturada do que estamos acostumados). Peguei o tube até Manor House station e ainda peguei um ônibus que me deixou bem perto. Andando seria uns 20 minutos a mais. Ficava no fim de Hackney, um bairro já bem afastado da região central (para se ter uma ideia, era onde iniciava a zona 3 do metrô – que vai até a 6).
Quando cheguei na rua em si, parecia muito aquelas ruas sem saída aqui do Rio que acabam virando vilas. Cheio de casas, quase todas de dois andares e bem aconchegantes. Tem um espaço interno legal.
Usamos o quintal (que era pequeno, mas servia ao propósito). A feijoada foi meio que adaptada. Feijão preto e arroz ok. Carne seca também. Só que não encontraram o paio. Usaram um Chorizo da Polônia, que é uma lingüiça bem apimentada (bem diferente do paio, que não apimenta a comida). A farofa era de banana e também tinha pimenta (também não é o padrão nas feijoadas daqui... mas tudo bem). No fim das contas estava muito bom e eu comi extremamente feliz!
Na sobremesa, para complementar o almoço, Cami continuou na linha tipicamente brasileira: queijo com goiabada (uma goiabada cascão que eu levei do Brasil). Só que aí os ingleses também entraram na onda. Sorvete de Cornish Cream (parece um pudim de nata, algo muito comum lá) com torta de maçã. Isso estava muito, mas muito bom! E ainda rolou um brownie com castanhas feito por uma das meninas que moravam na casa (não lembro o nome de todos, mas essa era espanhola da Galícia, e para quem não sabe a língua Galega é quase igual ao português – então conversamos bastante). O brownie estava ótimo também, e com chocolate comprado em supermercado! Isso me impressionou na Europa em geral. Qualquer chocolate meia boca comprado na padaria é de excelente qualidade.
Ficamos lá, naquele clima domingão... eu peguei o violão depois de muita insistência do Luciano que queria ouvir um pouco de música brasileira e fiz um som. Engraçado como eles tem um comportamento bem diferente do nosso. Ao final de cada música todos aplaudiam... depois da terceira canção eu falei: “gente, estamos entre amigos, fazendo algo informal, não precisa aplaudir”. Todos me ignoraram e continuaram aplaudindo ao final das músicas...rs
Depois fomos assistir Portugal x Holanda pela Eurocopa. Não tinha nenhum português ou holandês no grupo, mas todo mundo ficou na pilha. O jogo acabou por ser bom (Cristiano Ronaldo jogou demais – a melhor atuação individual que vi na Euro). Já começava a cair a noite e ao final peguei o tube para voltar. Seria mais uma hora entre ônibus e metrô. E eu tinha planos grandiosos na segunda!
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