domingo, 5 de agosto de 2012

É sexta-feira! Dia de dormir!


Como virou praxe em Londres, vamos acordar cedo! Mas dessa vez foi um pouco mais tarde que os outros dias... às 9 horas! Como perdi grande parte da manhã, acelerei as coisas para fazer o dia render. Banho rápido e parti pra rua. Café da manhã num quiosque na entrada da estação do metrô que vendia uns sanduíches na ciabatta (chamados “panini”) e onde trabalhava, quem diria, uma brasileira! (descobri isso quando vi no balcão algo muito familiar, e ao ler o nome do produto,o espanto: coxinha!rs).


Nesse dia fui pra região mais clássica da capital inglesa, decidido a ver o Palácio de Buckingham e o que mais desse. Tube até St. James Park station, e de lá caminhando até o perímetro do palácio. Fui passando pelas ruas estreitas (marca da área central de Londres) até que saí numa parte aberta. Vi um aglomerado de gente e percebi que estava no caminho certo, já tava quase... a concentração já é enorme mesmo estando a algumas quadras da residência da rainha. Assim que eu saí da estação, começou uma chuva leve. Aliás, esse foi um típico dia londrino. Ao longo do texto vocês vão perceber...
Quando estava quase lá, eis que a chuva dá uma apertada. Isso inclusive é raro, pois lá a chuva geralmente é fraca e passageira (e constante rs). Procurei uma árvore pra me proteger – ainda não tinha o hábito de sempre carregar um guarda-chuva como os locais – e fiquei de papo com duas americanas que também não se informaram tão bem sobre o clima. Passados uns quinze minutos, a água finalmente cessa e começa a aparecer um sol (!). Nunca se esqueçam que quando se trata de Londres, o sol é sempre como a luz da geladeira. Mas eu aproveitei o verão (?) e fui até o palácio.
Quando cheguei lá, estava rolando um desfile estilo parada militar (com banda e tudo!) e tentei descobrir do que se tratava mas ninguém soube me explicar. Fiquei ali curtindo, fiz umas fotos – coisa rápida já que o acesso é restrito e a movimentação de pessoas nunca para. Desci pelo St. James Park (que fica em frente ao palácio), um parque pequeno mas muito bonito. Tem um lago que o atravessa com marrecos e até pelicanos!rs Muita gente correndo, aproveitando o (raro) sol que faz por lá. Fui até a outra ponta do parque e cheguei em frente a um palácio muito bonito (que depois descobri que era o Quartel General da polícia montada). Tentei me localizar mentalmente (nunca carregava mapas!rs) e lembrei que estava perto de outro ponto emblemático: a Trafalgar Square.
Todos já devem ter visto a imagem daqueles leões enormes em frente a um chafariz quando passa alguma reportagem sobre Londres. Bem, essa é a Trafalgar Square. Eu, como todo turista, também subi num dos leões (só não tirei foto porque já era demais). Foi nessa hora inclusive que senti um calor razoável por lá. Devia estar batendo uns 25 graus. Assim que cheguei, uma manifestação pelos direitos dos negros gays estava prestes a começar. Fiquei com a sensação de ser um pouco como a Plaza de Mayo em Buenos Aires... todos os dias tem alguma manifestação.rs E em frente à praça fica a National Gallery, um dos mais famosos acervos de arte do mundo. Lá Encontram-se expostos Leonardo da Vinci, BotticelliCaravaggioRembrandtRenoirMonetVan Gogh, Gauguin e Picasso entre muitos outros. E como é de praxe, grátis!
De lá desci pela Northumberland Avenue (repita esse nome 3x rápido!) até chegar ao Rio Tâmisa. Preciso dizer que várias vezes em Londres decidia andar sem um rumo certo e acabava me deparando com cenas e locais incríveis. Ao chegar nas margens do “Thames”, caminhei por ela observando tudo ao redor. Vi muita gente correndo e fazendo exercícios (como num “calçadão”) e vários barcos atracados que fazem um cruzeiro pelo rio mostrando a cidade. Achei bem legal e segui meu caminho até que, em pouco mais de 10 minutos de andança, lá estava ele, imponente e pontual honrando as tradições: o Big Ben!
Difícil descrever o impacto desta imagem. Aquilo que já vimos não-sei-quantas-vezes em filmes, revistas e afins estava finalmente na minha frente. Eu fiquei parado uns cinco minutos, olhando e deixando cair a ficha de que finalmente estava vivendo as experiências de integração e expansão que sempre sonhei. Eu devia estar com aquela cara de turista babaca (tão turista e tão babaca que tentavam me vender tudo quanto era tipo de treco - algumas vezes com uma certa insistência extorsiva rs). Como cheguei lá quando o relógio marcava 13:50, esperei até às 14hs para ouvi-lo tocar. Não é nada demais, mas é o som do Big Ben.
Atravessei a rua e agora era ela quem me esperava: A Casa dos Comuns. O Palácio de Westminster, sede do parlamento britânico. O lugar onde até a rainha pede licença para falar. Belíssima construção e, ao lado, a Abadia de Westminster, igreja onde se celebra a coroação do monarca. Ali havia mais um protesto, desta vez referente a algum crime cometido onde defendiam a inocência do acusado. Acho que era mais ou menos isso...rs Nesse momento, olhei pra praça que fica em frente à Abadia e ao Palácio, e vi todas aquelas bandeiras dos países da Commonwealth, as pessoas andando de terno, o Double Deck bus... pela primeira vez me senti no centro do mundo. Sim, ali eu percebi: estou no centro do mundo! E tenho que admitir: esta sensação é tentadora.
Nesse momento recebi uma ligação da Cecilia. Cecilia é a namorada do Francesco, que era o italiano que morava junto com a Camila. Morava no México e estava há dois meses em Londres lá no apto deles. Havia poucos dias que uma amiga mexicana dela havia chegado, a Karla. Elas tinham acabado de sair do Museu de História Natural e eu fui ao encontro delas em South Kensington. Decidimos então ver o Victoria & Albert Royal Museum, ou museu de artes (o segundo daquela lista). Era um palácio muito bonito que tinha sido convertido em museu. Dentro, basicamente esculturas de todas as partes do mundo. Das figuras geométricas do islã à arte sacra européia. Vasos de porcelana chineses e tapeçaria persa. Ficamos umas duas horas lá dentro e depois partimos para um walking tour.
Estávamos no bairro de Chelsea, que é a área mais nobre de Londres. Seguimos pela famosíssima Brompton Road, uma rua cheia de lojas de grife e hotéis cinco estrelas. As calçadas estavam completamente lotadas. Londres é uma cidade muito, muito cheia, mas a engrenagem não trava. A grande maioria se locomove de metrô, mas nunca está superlotado nem atrasa. A educação e gentileza são as palavras de ordem. Todos se preocupam com o espaço do próximo e pedem desculpas por tudo. Se te esbarram, “sorry”. Se passam na sua frente, “sorry”...depois de uns dias eu via gente me dizendo “sorry” e eu nem sabia por que...rs
Andamos, andamos e andamos... como o sol se põe tarde, tinha perdido a noção da hora. Já eram quase sete e a Camila me liga: havia chegado em casa. Continuei meu passeio – passamos por uma área residencial de frente ao Hyde Park que era incrível – e paramos na estação Victoria. Nesse dia a Inglaterra jogava contra a Suécia pela Eurocopa e tinha combinado de assistir com a Cami. Cheguei em casa quando faltava uns 10 min pro jogo começar. Estava tão acabado pelo dia inteiro caminhando, que eu e Cami deitamos pra ver o jogo e não levantamos mais...rs Eu ainda acordei no fim do jogo e olhei de relance o placar (a Inglaterra venceu por 3x2 numa virada emocionante), mas morri pro resto da sexta. Não saímos... Cami precisava dar três aulas cedo no sábado. Fui solidário!rs
Nas fotos: O Palácio de Buckingham, Coroa de Flores no St. James Park, Trafalgar Square, margem do Tâmisa, Big Ben e Brompton Road.









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