segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Vagabundo Alimentado


O sábado começou bem! Como dormi cedo na sexta, acordei completamente descansado. E ainda bem, pois o dia seria longo e com muita coisa boa na programação! Nessa altura o organismo já estava perfeitamente habituado ao horário local. Exercícios feitos, corpo limpo e pé na rua. Café da manhã no Panini do metrô e tube até Tower Hill station.
Nesse dia decidi começar com a London Tower, que é basicamente um forte (e que tem a aparência de um castelo) às margens do Rio Tâmisa. Foi construído originalmente para ser uma fortificação de proteção à antiga cidade romana que lá havia (Londres foi parte do Império Romano). É possível inclusive observar ao lado da Torre um muro que é a construção mais antiga da capital inglesa, datada do séc. III.
Nesse dia estava um vento forte, céu nublado e até uma chuvinha. Mais britânico impossível!rs Lembro que saí da estação numa grande área aberta e já coloquei o gorro (andava com ele sempre no bolso). Fui até a entrada do castelo – que hoje comporta as joias da coroa num abrigo subterrâneo -, olhei por fora (ela é impressionante) e decidi não entrar. Custava 20 pounds (cerca de 60 reais), e eu achei melhor deixar para o final da viagem, já que a grana era contada. Mas já achei muito legal só vê-la por fora.
Saindo dali, resolvi fazer mais uma andança às margens do Tâmisa, dessa vez em direção à London Bridge. Cami havia me dito que embaixo da London Bridge rola uma feira de alimentos todo  sábado. Como era perto – em torno de 1km – reolvi ir a pé. É a região da cidade conhecida como “City”, que para nós seria o Centro. Vários edifícios comerciais, alguns com aspecto bem moderno – contrastando com a arquitetura tipicamente vintage do resto da cidade – que me lembraram um pouco aquela região próximo à Praça Mauá, só que bem mais apresentável. Nessa hora a chuva parou e abriu um sol. Sabe, esse é o único problema que me incomodou em Londres. O tempo não firma. Pode mudar radicalmente em questão de minutos.
Bom, cheguei à feira e a impressão foi: INACREDITÁVEL! É uma feira, parecida com as nossas feiras Hype, num terreno bem embaixo da ponte e cheio de barracas com comida do mundo inteiro. Tinha uma italiana especializada em pães, uma francesa que só vendia queijos, outra francesa que era exclusiva de doces no estilo confeitaria, uma portuguesa de azeites temperados... E por aí vai. Embutidos, carnes, licores, etc. Fiquei umas duas horas lá e comi um monte de coisa! Eu já não aguentava mais, aí passava numa barraca de salame e alguém vinha oferecer um pouco pra provar. Depois numa de doces, depois na de queijos... Eu comprei três coisas e experimentei umas 18!rs  
Quando saí de lá, passei numa igreja muito bonita ao lado do market, a Southwark Cathedral. Ela tem o formato de uma cruz, e as bases de sua construção são de 1086. Fiquei um tempo lá, fiz uma oração, troquei algumas palavras com o padre e descobri que ia rolar uma apresentação de um coral católico que tinha vindo do Havaí! Eu quis muito ficar para assisti-los, mas tinha marcado de encontrar a Cami para almoçarmos quando ela saísse do trabalho, às 14hs. Fiquei lá até 13:45 e tive que sair (eles estavam coeçando a se posicionar, mas nem sinal de iniciar). Mas deve ter sido bem legal. Além de usar o piano, eles tinham dois ukuleles (é tipo um cavaquinho, só que havaiano) e eram basicamente todos crianças. Uma pena não ter assistido...
Meti o pé da Catedral e peguei o tube de novo até Notting Hill Gate! E dessa vez, eu fui para o lugar chamado Notting Hill!
Todo sábado rola um street market com tudo quanto é tipo de produto na Portobello Road, que é a rua mais famosa de Notting Hill. Esse market inclusive aparece no filme, com o Hugh Grant e a Julia Roberts caminhando por ela. O lugar é extremamente cativante. Notting Hill tem uma cara de vila, com casinhas baixas e coloridas. Cami me disse que aquele era o padrão daquele bairro, e que por isso muita gente o acha charmoso.
Apesar da feira, Notting Hill é uma das áreas mais caras pra se morar. Quem vivia lá era o baterista do U2, Larry Mullen (que era cliente da Cami na KX – sim, a Camila é a personal trainer do batera do U2). Mas por considerar o bairro muito cheio, ele se mudou de lá há quase um ano, e decidiu construir uma academia dentro de casa. Então agora a Cami vai até a casa do Larry fazer as séries dele e acompanhar o treino.
Voltando à feira, é realmente incrível. Pra quem é do Rio, tem a cara da feira da Rua do Lavradio, na Lapa. Só que ainda mais ampla. Mas a ideia é a mesma. Andamos por ela, comprei uns presentes legais e decidimos comer pois a fome chegava de novo.
Já tínhamos combinado que pelo menos num dia eu comeria o fish and chips, prato típico dos ingleses. Fomos num pub (fish and chips tem que ser num pub segundo ela) e pedimos. É basicamente um filé de peixe empanado com batata frita. A grande diferença é que eles usam cerveja na massa para empanar e as batatas deles são espetaculares. Agora, o peixe em si aqui no Brasil temos muito mais gostosos (o peroá por exemplo). Ah, e nesse vinha um purê de ervilha com hortelã (era bom, mas achei que não combinava muito com o resto). E foi até um pouco caro para o padrão de lá: 10 libras. 
Saímos do pub e ainda deu tempo de tomar um gelatto italiano (Londres é cheia de sorveterias italianas) antes de irmos pra casa. Já era um torno de 17hs e tínhamos que correr pois ia rolar a despedida da Nicky, uma amiga neozelandesa que estava voltando de vez para lá.
Passamos em casa, e voltamos até o Bairro de Fulham, que junto com Chelsea forma a área mais nobre da cidade. Faríamos a pré num lugar chamado Vagabond que nada mais é que um Winebar.  Achei bem legal o conceito: você insere créditos num cartão magnético, e as garrafas de vinho ficam numa vitrine climatizada que circunda todo o bar. Cada um tem uma pequena explicação sobre as características de aroma e sabor e o valor da dose. Digita-se o código do cartão (e automaticamente é descontado o valor dos seus créditos) e a dose sai naquele esquema máquina de refrigerante – tem que colocar a taça embaixo.
Eu não bebo, mas fiquei ali com o pessoal, debatendo sobre vinhos do mundo inteiro, indicando uns Malbecs argentinos (que a cada ano bissexto eu bebo uma taça – são meus preferidos). Ah, e os vinhos são separados de acordo com a região do planeta.
Ficamos lá até quase meia-noite e partimos para um night club em Chelsea, ali do lado. O Dorsia é um típico night club gringo. Só entra quem é associado (e seus convidados). O lugar é um sobrado antigo, com uma cara de residência. Tem três ambientes – o térreo, onde fica o bar principal e o lounge (que todos transformam numa área de dança), o mezanino que é uma área VIP e o subsolo, onde rola uma pista frenética. Tocava basicamente Pop, Rn’B e Hip Hop americano. Nada de especial.
Saímos de lá por volta das 3 da manhã e pegamos o Double Deck bus para voltar. Seria a primeira vez que usaria o famoso ônibus londrino. Foi legal, diferente (como toda criança é óbvio que eu quis ir no segundo andar!rs) e lerdo demais. Como anda devagar! E não tinha trânsito nenhum! Descemos na High Street (a principal de Putney) e fomos andando. Quinze minutos intermináveis com o termômetro marcando 10 graus. 
Nas fotos: A London Tower, rua da City, casa em Notting Hill, o fish and chips e o food market da London Bridge.






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