domingo, 16 de setembro de 2012

Indgang - Kobenhavn


Depois de uma despedida simples e sincera (como deveria ser tudo na vida), acordei na quarta 20/6 com a cabeça num lugar que para mim teria um significado muito especial: Copenhagen! Tudo nesta viagem era novidade, mas o país nórdico seria o mais distante da nossa cultura que eu veria. Estava bem animado.
Despertei em Londres por volta de 10hs, dessa vez não fiz os exercícios e fui pro aeroporto. O vôo estava marcado para as 14:30, e eu não iria partir de Heathrow, mas de Gatwick, o segundo principal aeroporto da Inglaterra (não haveria a facilidade do metrô para chegar até lá). Gatwick fica a 48km de Londres. Há uma linha de trem que faz o percurso, mas parte da estação Victoria, que ficava um pouco longe da casa da Cami e era muito movimentada! Na noite anterior eu e Cami tínhamos visto que há uma van da própria EasyJet (companhia aérea que eu voaria) que saía do Hotel Ibis ao lado da estação de metrô Earl’s Court. Era muito próximo e facílimo de chegar.
Peguei o tube, cheguei em Earl’s Court e fui pra rua. Nesse dia senti um pouco de raiva... Finalmente o sol apareceu e bem! Devia estar fazendo quase 30 graus, e eu estava indo embora!rs Mas tudo bem.
Cheguei defronte ao hotel e a van já estava lá. Me informei com o funcionário que foi muito atencioso e embarquei rumo ao aeroporto. Custava 10 libras. Achei um pouco caro, mas para o padrão de lá não é muito. O trajeto levou cerca de 1 hora e passei basicamente por uma autoestrada sem grandes paisagens. O campo inglês não difere muito do campo brasileiro... só faz menos sol!
Quando chegamos ao aeroporto, mais uma vez a sensação de incredulidade. Era muito melhor que o aeroporto do Galeão, e ficava no meio do nada! As rotinas funcionavam de maneira mais prática, a locomoção era extremamente fácil, e tinha muitas lojas e opções. Fiz o check in, resolvi comer algo enquanto aguardava o embarque (um cheeseburger muito bom), e me dirigi até o avião.
Todas as minhas passagens aéreas dentro da Europa foram por empresas low cost. Essas empresas tem tarifas muito mais baixas que o comum e não oferecem serviço de bordo ou outras facilidades, por exemplo. Na verdade, até há serviço de bordo, só que é cobrado à parte e pago no próprio voo, em cartão ou dinheiro. Em absolutamente TODOS os voos que peguei foi assim. E detalhe: sempre lotados. Achei um tapa na cara de todo mundo no Brasil que reclama que “tal companhia é uma pobreza, não servem nada”. O grande problema aqui é que as tarifas de uma GOL, por exemplo, que tem reconhecidamente um serviço de bordo nulo são mais caras do que deveriam para o que se oferece. Mas aí é outra história, de tributação e condições de mercado. Não vou entrar nisso por aqui.rs
Embarquei pelo portão 97 (!) e dormi praticamente todo o voo (cerca de 1h e meia). Ao chegar em Kobenhavn (Copenhagen em dinamarquês), mais uma situação curiosa, dessa vez na fila do passaporte. Diferente da Inglaterra, na Dinamarca eles não separam cidadãos com passaporte europeu do restante. Lá a separação é feita entre dinamarqueses e quaisquer outros. O que fez com que eu aguardasse na fila junto aos ingleses e demais.  
Quando chegou minha vez, o funcionário fez um sinal para que eu me aproximasse com um sorriso enorme no rosto. Provavelmente pensava que eu era europeu (para quem não me conhece, sou bem branco e tenho olhos claros, nenhuma aparência de brasileiro rs). No momento em que ele pegou meu passaporte e viu “Brasil”, seu sorriso se transformou automaticamente numa cara fechada!rs Foi nítido e instantâneo. Ele então me perguntou o que eu queria na Dinamarca. Eu respondi: “visitar uma amiga”. “Quantos dias você fica aqui?” ”Cinco.” “E depois vai para onde?” “Barcelona”. Neste instante ele fez uma cara de “ah, tá bom então!” e carimbou meu passaporte. Provavelmente ficou tranquilo com o fato de eu já ter um carimbo da imigração inglesa. Depois a Sara me disse que se eu fosse negro, dificilmente teria sido tão fácil. Iriam me pedir documentação para comprovar tudo o que estava dizendo. Triste, mas eu sei que é verdade.
Passei pela imigração e fui ao desembarque. Lá estava ela, Sarita, minha girafa preferida! Sara é uma italiana que eu conheci no Rio em 2009 na Lapa. Ela e sua irmã estavam curtindo um samba no meio da rua e eu cheguei cheio de boas intenções na Noemi (a irmã). Noemi ficou dois meses no Rio e Sara um ano. Nem precisa dizer que ficamos muito amigos! Sarita tem minha altura (1,82m) e cabelos e olhos negros.
Ela estava muito feliz! Depois me disse que nunca esperaria que um dia eu fosse até Copenhagen visitá-la, por conta da distância e por ser muito fora de rota para quem vai à Europa. Pegamos o metrô (em Copenhagen também há uma estação dentro do aeroporto) e partimos. O metrô lá é muito menor e menos movimentado que na Inglaterra, por várias razões.
Copenhagen é uma cidade de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes, territorialmente pequena e onde 40% das pessoas fazem tudo de bicicleta. Isso é uma coisa incrível e a única cidade com estas características na Europa é Amsterdam (depois me disseram que as duas cidades são extremamente parecidas). Quando desembarcamos na região central, troquei o dinheiro (lá não é Euro, mas Coroa Dinamarquesa) e fomos pegar a bicicleta que a Sara já tinha arranjado pra ficar comigo nos dias em que estaria por lá.
Copenhagen é bem bonita, com uma arquitetura toda peculiar e prédios baixos. Nesse primeiro dia não deu pra ver muita coisa, mas a gente passou num lago artificial onde todos param para conversar e pegar sol (artigo de luxo por lá). Depois fomos até uma lanchonete árabe comer um falafel. Não sou tão fã assim, mas encarei. Basicamente, é um sanduíche no pão sírio. E com MUITA pimenta. Aqui em Copenhagen tive alguns problemas com comida, mas isso fica para mais tarde. Já estava começando a anoitecer (eram quase 23hs, aqui anoitece mais tarde que em Londres!rs) e eu estava bastante cansado. Um pouco antes de chegar na casa da Sara – um apto num prédio bem antigo, com todos os pisos de madeira – paramos para comer um cheeseburger numa lanchonete cheia de árabes que quando descobriram que eu era do Brasil ficaram muito felizes falando sobre futebol e sobre o quanto a comida árabe é popular por aqui (um deles já tinha visitado o Brasil). Era hora de descansar!
Nas fotos: o lago artificial e pessoas aproveitando o sol na ponte que cruza o lago.


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