Depois de um primeiro dia bem morno em Copenhagen, a quinta-feira começou com força total! O sol finalmente deixou de ser aquela luz de geladeira que eu tinha me acostumado em Londres e fez bastante calor. A Sara tinha ido ao trabalho (chegaria em casa por volta das 16:30, e tínhamos marcado de nos encontrar quando ela voltasse). Desci as escadas do prédio que rangia com qualquer movimento (tudo era de compensado, e dava para escutar todas as conversas). No percurso até o térreo, percebi um hábito curioso dos dinamarqueses. Todos eles tiram os sapatos/tênis/chinelos e deixam na porta de casa. Só andam dentro dos apartamentos descalços (Sarita havia me dito isso na noite anterior, mas eu não tinha reparado o outros apartamentos).
Peguei a bicicleta e parti para dar uma volta pela cidade. Sara mora numa região bem central, na ponta da avenida Hans Christian Andersen (se você não sabe quem é, vale a pena dar uma pesquisada no Google - escritor de livros infantis). Nesse dia estava um calor quase de Brasil! A diferença é que sempre tem um ventinho ameno rolando para deixar mais fresco. Mas parti de bike indo em linha reta para facilitar e depois saber voltar. A cidade é bem bonita e tranquila. O centro mais calmo de uma capital que eu já vi na vida. Cheguei até uma ponte que atravessa um dos vários canais que passam por dentro da cidade. Nesse aspecto Copenhagen mais uma vez lembra Amsterdam. Decidi virar e descer pela beira do canal. Fui fazendo o percurso até que vi uma galera num gramado pegando sol... mulheres de biquíni, e parei também!rs
A cena era muito engraçada. Tinha um deck onde muitos ficavam caminhando, como se fosse um calçadão. E vários mergulhavam no canal (passavam vários barcos, alguns estilo “Barca”, mas menores, só que todos eles juravam que a água é limpíssima). Nesse momento, pensei “ah, que mal há?“. Estava de bermuda, deitei no deck e fiquei lá pegando um sol também. Só não mergulhei pois a água é a muito, mas muito gelada! Nesse momento aconteceu uma das cenas mais engraçadas de toda a trip. Vi três meninas chegarem, tirarem um bote de uma caixa e começar a enchê-lo com uma bomba daquelas de encher colchão inflável. Após muito esforço, as três entraram na água dentro dele, ficaram uns cinco minutos e voltaram. Precisava encher mais. Retornaram para a água e ficaram lá, com barca passando quase do lado, lancha do outro, e elas no meio de tudo. Sensacional! Quando saíram da água, fui trocar uma ideia com elas e foi ótimo! Estavam se divertindo muito! Tipo, muito!rs
De lá voltei para a casa pois Sara iria sair do trabalho e tínhamos que nos encontrar. Quando cheguei, não deu nem cinco minutos e ela apareceu. Marcamos uma meia hora e partimos para encontrar a Amina, que era uma amiga de infância da Sara que tinha estado no Brasil no período em que ela morou por aqui. Passamos os três o ano novo de 2009/2010 juntos! Épico!
Pegamos nossas bicicletas e partimos para uma região da cidade que eu não lembro o nome (eu não lembro os nomes de quase tudo lá, pois a língua é extremamente complicada). Estava rolando uma festa numa área aberta, parecida com um pátio. Montaram um som, tinha um DJ e cerveja. E o melhor: de graça! Ficamos lá por um tempo com mais duas amigas da Sara (Giulia e sua irmã, que não lembro o nome). Quando era por volta de umas 20hs partimos de volta para o centro. Vale lembrar que o sol estava rolando bem nesse momento. Mas como já era o fim da tarde, o friozinho começava a chegar (um casaco resolveu sem problemas). Fomos pedalando ate pararmos em frente a um hostel muito legal. A parte do térreo era toda aberta, parecendo um bar. E lá ficavam hóspedes e pessoas locais, todos misturados. Estava passando algum jogo da Eurocopa (acho que era Portugal x Rep. Checa). Entramos num bar ao lado onde tinha um show de blues, mas não estava bom. Sem contar que era permitido fumar dentro do PUB (?!). Não fiquei nem cinco minutos e saí, irritado e fedendo a cigarro. Paramos no hostel e começamos a conversar com um grupo de americanos. Junto deles tinha uma brasileira de Minas Gerais que mora em Nova Iorque, e todos passamos um bom tempo por lá. Para mim esse é o princípio básico de uma viagem. Sair e conversar/conhecer o máximo de estranhos que você puder.
Estava começando a anoitecer (22hs), e demos uma caminhada até uma praça central, um grande paço onde ficava o Tribunal de Justiça. Lá, estava montada uma exposição de fotos com a história política da Dinamarca moderna. Tudo no meio da rua. Nesse momento fiquei muito feliz da Amina estar lá. Ela é filha de um dinamarquês com uma árabe, e é muito politizada e ativista de diversas causas. Ela ficou ao meu lado explicando quem era quem em cada uma das fotos, e principalmente, qual o contexto político de cada uma das situações retratadas. Ela ficava perguntando se estava entediante, e eu dizia “pelo amor de Deus, continue!!!”rs.
Às 22:30 anoiteceu, mas não completamente. Em Copenhagen, no verão, não fica completamente escuro. Sabe quando está quase noite, tipo 17:40, 17:45 aqui no Brasil? Escurece até esse ponto, e às três da manhã amanhece. Louco!
Decidimos voltar pois Sara trabalhava no dia seguinte. Parei naquela lanchonete com donos árabes em frente à sua casa e comi um a pizza. Satisfatório. A comida dinamarquesa não me apetecia em nada. Basicamente porco e batata. Não esqueço de um comentário da Amina: “temos 6 milhões de habitantes e 25 milhões de porcos. Mas a gente exporta. Os porcos.”
Nas fotos: o canal visto da ponte, o deck, as meninas no bote, Sara e Amina numa ruela do centro e o paço onde havia a exposição.





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