domingo, 18 de novembro de 2012

A Bruxa do Canal!


O sábado vinha cheio de atrações! E acabou sendo um dia muito bom mesmo. Como a Sara estava de folga, podemos aproveitar o dia fazendo algo juntos.
Nesse dia Sara tinha marcado de receber sua professora de tango para o almoço, uma turca que eu não lembro o nome. Sarita fez um penne com um molho à base de creme de leite e tomate. Na sobremesa uma torta com aqueles morangos da Dinamarca que eu nunca vi igual em nenhum lugar do mundo. Embora a refeição tenha sido ótima, a vibe estava meio pesada. A professora tinha terminado um relacionamento um tanto estranho (de acordo com suas palavras) e estava tendo problemas para aceitar isso. Desabafou bastante conosco...
De lá fomos à casa da Emanuela, uma italiana que está morando em Copenhagen por conta de um projeto de arquitetura de uma universidade local. Ela mora num quarto e sala bem legal que fica de frente a uma praça muito interessante, cheia de restaurantes e lojas. Emanuela disse que o apartamento é locado pela própria universidade (e tem mobília novíssima) e o custo é mínimo. Tudo naquele esquema de piso de assoalho bem característico de lá. Ficamos em sua casa vendo alguns vídeos de tango, conversando (e a professora desabafou um pouco mais rs) e partimos para uma volta pela ruas do centro – dessa vez sem a "coração partido".
Chegamos até uma torre, ponto turístico e que foi o primeiro observatório astronômico da Europa, inaugurada em 1588. Hoje ela é, além de observatório amador, um centro de artes e uma biblioteca. A subida é em caracol e tem uma parte que é um "quase museu" com objetos da época de sua inauguração. Só fiquei chateado que, no momento em que pisei no terraço, a chuva começou a cair...rs Mas deu pra ver um pouco do panorama da cidade. Copenhagen definitivamente é uma cidade de construções baixas e com um terreno quase que totalmente plano. É curioso ver uma cidade com aquela arquitetura do norte da Europa tão grande. Aqui no Brasil as cidades que conheci com essa característica sempre foram pequenas.
Descendo de lá, continuamos nossa volta pelo centro. A chuva deu um tempo e fomos até a região de Nyhavn (um dos poucos nomes que lembro de lá). Essa foi a área com mais cara de Amsterdam que vi. Um canal cheio de barcos cercado de restaurantes e lojinhas...todo mundo ao ar livre aproveitando o tempo bom e o dia de São João. Sim, lá também se celebra São João, no mesmo dia 24 de junho. Só que obviamente as tradições deles são bem diferentes. Quando passamos por lá tinha uma banda de jazz tocando (muito boa por sinal) e todos os restaurantes estavam lotados. Seguimos caminhando até um canal maior, onde havia barcos de transporte de massa. Lá, na beira, tinha um restaurante enorme com um espaço na entrada onde estava rolando um baile de salsa ao ar livre. Achei bem curioso e interessante ao mesmo tempo.
De lá voltamos caminhando até Nyhavn (coisa de 5 minutos) e encontramos a Amina. Partimos para um biking tour e vi muitas coisas legais da cidade. Chegamos até o Palácio onde reside a Família Real dInamarquesa, um local bastante bonito e basicamente aberto. Bem diferente de Buckingham... Estava vazio (na verdade só tinha a gente rs) pois todos estavam na beira do canal principal para assistir as festividades de St. John.
Ao voltarmos ao canal, vimos uma movimentação intensa de gente. Amina me explicou que era para assistir a cerimônia da “Queima da Bruxa”. Pois é, é isso mesmo que você leu. Sabe daquelas histórias e filmes que vemos sobre a idade média onde mulheres tidas como bruxas eram queimadas na fogueira? Então, eles ainda fazem isso, só que com uma mulher de papelão. Mas eles ainda fazem isso!rs E detalhe: o local da queima fica em frente a um edifício bem dark que disseram ser um antigo presídio feminino. Ou seja, essa “queima” ainda tinha uma função intimidadora! As presas que se aproximavam da janela provavelmente pensavam: “Melhor andar na linha, senão eu posso ser a próxima”!rs
A cerimônia é bem simples. Tinha alguém fazendo um discurso no microfone (as meninas me disseram que era algo sobre o orgulho e a história da Dinamarca)... depois disso todos cantaram um hino (eu cheguei a pegar um papel com a letra) e no fim, acendia-se a fogueira e queimava-se a bruxa. O churrasco em si durava bem pouco, menos de cinco minutos eu acho...
Findada a cerimônia e finada a feiticeira, já estava começando a anoitecer – 22hs – e fomos a uma festa na parte nova da cidade. Pedalamos muito e dessa vez chegamos a um local com arquitetura bem moderna (mas todos os prédios com 5 andares no máximo – lembrou um pouco a Barra da Tijuca). Lá estava rolando uma festa de Hip Hop na beira do canal (sim, Copenhagen é rodeada de canais e tudo acontece perto de um deles) com uma fogueira acesa no meio, o que se mostrou bem providencial pois na medida que ia ficando mais escuro, ia aumentando o frio. Nós ficamos bem perto da fogueira e comemos um ensopado de carne que vinha num copo de plástico (estilo caldinho de feijão pé-sujo) acompanhado de um pão. Sentamos lá, aproveitando o calor durante bastante tempo, até que encheu o saco e fomos embora (eu já estava bem cansado). Pedalamos de volta no frio (coisa de 12,11 graus), passamos por uma área diferente da cidade e eu comecei a me sentir febril e com a garganta doendo, pouco antes de chegar em casa. Isso acabou sendo um mau sinal.
Nas fotos: O panorama de Copenhagen, o brasão da Torre, sede do banco dinamarquês no Centro da cidade, Nyhayn, o Palácio Real, a Opera House e a queima da bruxa.







sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Chã na Chuva é Picanha!


O terceiro dia de Dinamarca começou debaixo de muita água! Chuva e um frio que não condiz com a imagem que um brasileiro faz do verão. Mas eu não queria nem saber. Sara tinha saído cedo para trabalhar. Resolvi pegar a bike (toda molhada rs) e sair pedalando por aí, para conhecer um pouco mais.
O problema de pedalar no frio é que ao fazê-lo você bate de frente com um vento que parece te dar trocentas pontadas no peito. Independente de estar usando um casaco (e eu estava usando um que acreditava ser impermeável, mas que se mostrou uma esponja), o ar gelado penetra e te atinge em cheio.
Fui pela avenida Hans Christian Andersen e virei numa rua que não lembro o nome (olhei no Google maps e nada me pareceu familiar rs). Era uma região bem central de Copenhagen, mas estava super tranquilo. Sexta-feira, chuvinha, poucos carros trafegando... Nada parecido com o Rio ou SP, cidades que, debaixo de chuva proporcionam o caos no trânsito.
Estava indo a esmo, só olhando ao redor. Passei por um café chamado Munich, e decidi parar (tinha a ver também com o fato da chuva ter apertado um pouco). O local era bem legal, tinha uma decoração baseada em tons bem escuros, o que dava um clima de penumbra mesmo durante o dia (e criava uma atmosfera propensa à discrição – imagino que seja “o” lugar de dar “perdidos” ou “balões” ou simplesmente “infidelidades” de lá rs).
Quando entrei peguei um cardápio. Ainda não tinha comido nada, achei que fosse bom pra tomar um café da manhã. Obviamente, estava tudo em dinamarquês. Fui pedir ajuda a uma garçonete para me explicar o que estava escrito (vi pelo tom de sua pele que ela também não era de origem dinamarquesa). Ela então me questionou o que seria uma das melhores perguntas de toda a minha viagem: “você tem dificuldade para ler dinamarquês?” SIM! EU E 95% DO PLANETA! Quem lê dinamarquês, a não ser os dinamarqueses? (e, com muita boa vontade, os suecos e noruegueses) rs Ela me explicou item por item do menu, e eu resolvi pedir um chai latte (gosto muito, e o deles vinha com um pouco de chocolate) e um croissant com recheio de queijo Emmental (também conhecido como “suíço”). Estava tudo muito bom, exceto pelo preço. A Dinamarca é um dos países mais caros que eu estive. Os preços superam facilmente a Inglaterra (Espanha e Portugal nem vou comentar – são bem mais baratos).
Depois do café, voltei para o aguaceiro da rua – até que neste momento a chuva tinha dado uma brecha – e continuei pedalando em linha reta, observando os prédios geralmente com baixa altura e com um aspecto muito típico. Outra das minhas atribuições era passar num mercado para comprar morangos. No primeiro dia, eu comi alguns morangos com Sara e Giulia e eles eram inacreditáveis. Muito diferentes dos que temos no Brasil, tanto em tamanho quanto em textura e sabor. Começou a chover forte de novo e eu decidi acelerar esse processo. Parei no primeiro mercado que vi, mas não achei os morangos lá essas coisas. Daí decidi dar uma andada pelo mercado, e eis que eu vejo uma carne embalada a vácuo, com um nome estranhíssimo em dinamarquês. Olhei o corte, o formato, e pensei: eu conheço isso. É picanha! E era mesmo. Só que com uma capa de gordura bem fininha (isso é típico na Europa, eles não vendem carne “gorda”). Comprei a carne, um pacote de sal grosso - que lá também é diferente, mas que no fim deu certo - e voltei para a casa. Chovia bastante nesse momento.
Pouco tempo depois de chegar, Sara também apareceu voltando do trabalho. Ela fazia o percurso todos os dias de bicicleta, independente das condições climáticas. Chamei-a para ir à cozinha e apontei para a pia, perguntando se ela sabia do que se tratava. Ela disse que era uma carne. E eu falei: É picanha! Lembra? Os olhos dela brilharam!rs Combinamos de fazer o almoço um pouco mais tarde, por volta de 18hs, pois ela tinha que resolver outras coisas. Nesse momento o tempo mudou completamente e chegou até a sair um certo sol! Eu então decidi voltar à rua para aproveitar um pouco mais do dia. Fui pedalando até a estação de trem, que ficava a uma quadra do Tivoli Park. Dei uma volta, olhei a maior quantidade de bicicletas estacionadas que eu já vi na vida (devia ter cerca de 500, lado a lado) e comi o cachorro quente típico de lá. Não achei nada de mais, diga-se. No caminho passei pelo cinema mais antigo da cidade, que hoje possui a fachada pintada de diversas cores, o que dava um aspecto totalmente lúdico.
Na volta comecei a preparar a picanha. Era uma peça pequena, cerca de 900 gramas. Sara fez arroz e eu complementei com uma farofa de ovos (ela tinha um pacote que uma amiga brasileira tinha lhe dado). Fiz a Picanha de Forno, porque na brasa era impossível. Quando ela começou a comer, poucas vezes vi uma expressão tão grande de felicidade em seu rosto. Acho que era um misto de satisfação pelo sabor da comida e também por matar a saudade de algo típico do Brasil. Depois que voltou do Rio de Janeiro para a Dinamarca, Sara passou um ano em Moçambique antes de assentar de vez em Copenhagen. Ela sentia falta dessa pluralidade de sabores que tinha experimentado. Para vocês terem uma ideia, não sobrou nada da picanha! E eu acho que não cheguei a comer nem a metade.rs
Depois do almoço/jantar, descansamos pois à noite haveria um show do Patchanka!, uma banda dinamarquesa que estava começando a fazer sucesso por lá (abriram um show do Manu Chao em Copenhagen). Não faço a menor ideia da região da cidade onde estava ocorrendo o show. Fomos de bicicleta, e paramos num galpão. Quando entramos estava bem vazio – tínhamos chegado cedo. Era um galpão bem simples (parecia com algumas casas da Lapa). Quando o show começou já estava bem cheio. O som dos caras era um misto de ska com música cigana (leste europeu talvez). Era bom, mas um pouco repetitivo. Mas isso dito por um cara que não é fã de ska. O resto das pessoas parecia estar curtindo bastante.
Rolou um episódio curioso no show: Estávamos eu, Sara e Emannuela. A Giulia tentou nos encontrar, mas não conseguiu entrar pois estava lotado. Quando Sara me disse isso – Giulia havia ligado pra ela – eu fiquei espantado. Estava longe de estar cheio. Tinha bastante gente sim, mas como todos se aproximaram do palco, havia pouco menos da metade liberado. Sara me explicou que depois do festival de Roskilde, quando 9 pessoas morreram esmagadas durante show do Pearl Jam, a fiscalização e cuidado com a quantidade de pessoas em eventos ficou extremamente rigorosa.
Ao final, partimos então para encontrar a Giulia, que estava numa festa argentina (!) num local muito underground. Tipo, muito underground! O clima era bem estranho, eu não curti. Ficamos por cerca de 15 minutos e fomos embora. Nesse dia eu senti uma coisa não muito legal, uma espécie de racismo às avessas (não foi intencional, obviamente – apenas uma sensação). No show do Patchanka! já tinha sentido isso. Me dei conta que estava num local com predominância de pessoas loiras. Pele e cabelo muito claros, e todos bastante altos. Tenho certeza que a maioria das pessoas são boas, até mesmo pró-causas sociais e de integração (eu mesmo conheci algumas lá), mas ao olhar todo aquele cenário remeti imediatamente ao nazismo, principalmente quando via caras muito fortes com cabelo bem curto. Provavelmente por influência de tantos filmes/documentários que acabaram criando uma sensação vinculada àquela imagem. Foi uma grande forma de perceber que esses sentimentos tem que ser erradicados, que ninguém está imune a eles e que a simples convivência faz você perceber que somos basicamente iguais. Essa sensação passou rápido, ainda bem.
Saindo do umbral dinamarquês (rs) demos uma volta pela cidade, paramos pra comer algo numa lanchonete que todos elogiaram mas que não achei nada demais. Dai voltamos pra casa... era por volta de duas da manhã. O dia seguinte tinha algumas programações interessantes!
Na foto: o estacionamento de bicicletas da estação ferroviária.

domingo, 30 de setembro de 2012

Sol no canal!


Depois de um primeiro dia bem morno em Copenhagen, a quinta-feira começou com força total! O sol finalmente deixou de ser aquela luz de geladeira que eu tinha me acostumado em Londres e fez bastante calor. A Sara tinha ido ao trabalho (chegaria em casa por volta das 16:30, e tínhamos marcado de nos encontrar quando ela voltasse).  Desci as escadas do prédio que rangia com qualquer movimento (tudo era de compensado, e dava para escutar todas as conversas). No percurso até o térreo, percebi um hábito curioso dos dinamarqueses. Todos eles tiram os sapatos/tênis/chinelos e deixam na porta de casa. Só andam dentro dos apartamentos descalços (Sarita havia me dito isso na noite anterior, mas eu não tinha reparado o outros apartamentos).
Peguei a bicicleta e parti para dar uma volta pela cidade. Sara mora numa região bem central, na ponta da avenida Hans Christian Andersen (se você não sabe quem é, vale a pena dar uma pesquisada no Google - escritor de livros infantis). Nesse dia estava um calor quase de Brasil! A diferença é que sempre tem um ventinho ameno rolando para deixar mais fresco. Mas parti de bike indo em linha reta para facilitar e depois saber voltar. A cidade é bem bonita e tranquila. O centro mais calmo de uma capital que eu já vi na vida. Cheguei até uma ponte que atravessa um dos vários canais que passam por dentro da cidade. Nesse aspecto Copenhagen mais uma vez lembra Amsterdam. Decidi virar e descer pela beira do canal. Fui fazendo o percurso até que vi uma galera num gramado pegando sol... mulheres de biquíni, e parei também!rs
A cena era muito engraçada. Tinha um deck onde muitos ficavam caminhando, como se fosse um calçadão. E vários mergulhavam no canal (passavam vários barcos, alguns estilo “Barca”, mas menores, só que todos eles juravam que a água é limpíssima). Nesse momento, pensei “ah, que mal há?“. Estava de bermuda, deitei no deck e fiquei lá pegando um sol também. Só não mergulhei pois a água é a muito, mas muito gelada! Nesse momento aconteceu uma das cenas mais engraçadas de toda a trip. Vi três meninas chegarem, tirarem um bote de uma caixa e começar a enchê-lo com uma bomba daquelas de encher colchão inflável. Após muito esforço, as três entraram na água dentro dele, ficaram uns cinco minutos e voltaram. Precisava encher mais. Retornaram para a água e ficaram lá, com barca passando quase do lado, lancha do outro, e elas no meio de tudo. Sensacional! Quando saíram da água, fui trocar uma ideia com elas e foi ótimo! Estavam se divertindo muito! Tipo, muito!rs
De lá voltei para a casa pois Sara iria sair do trabalho e tínhamos que nos encontrar. Quando cheguei, não deu nem cinco minutos e ela apareceu. Marcamos uma meia hora e partimos para encontrar a Amina, que era uma amiga de infância da Sara que tinha estado no Brasil no período em que ela morou por aqui. Passamos os três o ano novo de 2009/2010 juntos! Épico!
Pegamos nossas bicicletas e partimos para uma região da cidade que eu não lembro o nome (eu não lembro os nomes de quase tudo lá, pois a língua é extremamente complicada). Estava rolando uma festa numa área aberta, parecida com um pátio. Montaram um som, tinha um DJ e cerveja. E o melhor: de graça! Ficamos lá por um tempo com mais duas amigas da Sara (Giulia e sua irmã, que não lembro o nome). Quando era por volta de umas 20hs partimos de volta para o centro. Vale lembrar que o sol estava rolando bem nesse momento. Mas como já era o fim da tarde, o friozinho começava a chegar (um casaco resolveu sem problemas). Fomos pedalando ate pararmos em frente a um hostel muito legal. A parte do térreo era toda aberta, parecendo um bar. E lá ficavam hóspedes e pessoas locais, todos misturados. Estava passando algum jogo da Eurocopa (acho que era Portugal x Rep. Checa). Entramos num bar ao lado onde tinha um show de blues, mas não estava bom. Sem contar que era permitido fumar dentro do PUB (?!). Não fiquei nem cinco minutos e saí, irritado e fedendo a cigarro. Paramos no hostel e começamos a conversar com um grupo de americanos. Junto deles tinha uma brasileira de Minas Gerais que mora em Nova Iorque, e todos passamos um bom tempo por lá. Para mim esse é o princípio básico de uma viagem. Sair e conversar/conhecer o máximo de estranhos que você puder.
Estava começando a anoitecer (22hs), e demos uma caminhada até uma praça central, um grande paço onde ficava o Tribunal de Justiça. Lá, estava montada uma exposição de fotos com a história política da Dinamarca moderna. Tudo no meio da rua. Nesse momento fiquei muito feliz da Amina estar lá. Ela é filha de um dinamarquês com uma árabe, e é muito politizada e ativista de diversas causas. Ela ficou ao meu lado explicando quem era quem em cada uma das fotos, e principalmente, qual o contexto político de cada uma das situações retratadas. Ela ficava perguntando se estava entediante, e eu dizia “pelo amor de Deus, continue!!!”rs.
Às 22:30 anoiteceu, mas não completamente. Em Copenhagen, no verão, não fica completamente escuro. Sabe quando está quase noite, tipo 17:40, 17:45 aqui no Brasil? Escurece até esse ponto, e às três da manhã amanhece. Louco!
Decidimos voltar pois Sara trabalhava no dia seguinte. Parei naquela lanchonete com donos árabes em frente à sua casa e comi um a pizza. Satisfatório. A comida dinamarquesa não me apetecia em nada. Basicamente porco e batata. Não esqueço de um comentário da Amina: “temos 6 milhões de habitantes e 25 milhões de porcos. Mas a gente exporta. Os porcos.”

Nas fotos: o canal visto da ponte, o deck, as meninas no bote, Sara e Amina numa ruela do centro e o paço onde havia a exposição.







domingo, 16 de setembro de 2012

Indgang - Kobenhavn


Depois de uma despedida simples e sincera (como deveria ser tudo na vida), acordei na quarta 20/6 com a cabeça num lugar que para mim teria um significado muito especial: Copenhagen! Tudo nesta viagem era novidade, mas o país nórdico seria o mais distante da nossa cultura que eu veria. Estava bem animado.
Despertei em Londres por volta de 10hs, dessa vez não fiz os exercícios e fui pro aeroporto. O vôo estava marcado para as 14:30, e eu não iria partir de Heathrow, mas de Gatwick, o segundo principal aeroporto da Inglaterra (não haveria a facilidade do metrô para chegar até lá). Gatwick fica a 48km de Londres. Há uma linha de trem que faz o percurso, mas parte da estação Victoria, que ficava um pouco longe da casa da Cami e era muito movimentada! Na noite anterior eu e Cami tínhamos visto que há uma van da própria EasyJet (companhia aérea que eu voaria) que saía do Hotel Ibis ao lado da estação de metrô Earl’s Court. Era muito próximo e facílimo de chegar.
Peguei o tube, cheguei em Earl’s Court e fui pra rua. Nesse dia senti um pouco de raiva... Finalmente o sol apareceu e bem! Devia estar fazendo quase 30 graus, e eu estava indo embora!rs Mas tudo bem.
Cheguei defronte ao hotel e a van já estava lá. Me informei com o funcionário que foi muito atencioso e embarquei rumo ao aeroporto. Custava 10 libras. Achei um pouco caro, mas para o padrão de lá não é muito. O trajeto levou cerca de 1 hora e passei basicamente por uma autoestrada sem grandes paisagens. O campo inglês não difere muito do campo brasileiro... só faz menos sol!
Quando chegamos ao aeroporto, mais uma vez a sensação de incredulidade. Era muito melhor que o aeroporto do Galeão, e ficava no meio do nada! As rotinas funcionavam de maneira mais prática, a locomoção era extremamente fácil, e tinha muitas lojas e opções. Fiz o check in, resolvi comer algo enquanto aguardava o embarque (um cheeseburger muito bom), e me dirigi até o avião.
Todas as minhas passagens aéreas dentro da Europa foram por empresas low cost. Essas empresas tem tarifas muito mais baixas que o comum e não oferecem serviço de bordo ou outras facilidades, por exemplo. Na verdade, até há serviço de bordo, só que é cobrado à parte e pago no próprio voo, em cartão ou dinheiro. Em absolutamente TODOS os voos que peguei foi assim. E detalhe: sempre lotados. Achei um tapa na cara de todo mundo no Brasil que reclama que “tal companhia é uma pobreza, não servem nada”. O grande problema aqui é que as tarifas de uma GOL, por exemplo, que tem reconhecidamente um serviço de bordo nulo são mais caras do que deveriam para o que se oferece. Mas aí é outra história, de tributação e condições de mercado. Não vou entrar nisso por aqui.rs
Embarquei pelo portão 97 (!) e dormi praticamente todo o voo (cerca de 1h e meia). Ao chegar em Kobenhavn (Copenhagen em dinamarquês), mais uma situação curiosa, dessa vez na fila do passaporte. Diferente da Inglaterra, na Dinamarca eles não separam cidadãos com passaporte europeu do restante. Lá a separação é feita entre dinamarqueses e quaisquer outros. O que fez com que eu aguardasse na fila junto aos ingleses e demais.  
Quando chegou minha vez, o funcionário fez um sinal para que eu me aproximasse com um sorriso enorme no rosto. Provavelmente pensava que eu era europeu (para quem não me conhece, sou bem branco e tenho olhos claros, nenhuma aparência de brasileiro rs). No momento em que ele pegou meu passaporte e viu “Brasil”, seu sorriso se transformou automaticamente numa cara fechada!rs Foi nítido e instantâneo. Ele então me perguntou o que eu queria na Dinamarca. Eu respondi: “visitar uma amiga”. “Quantos dias você fica aqui?” ”Cinco.” “E depois vai para onde?” “Barcelona”. Neste instante ele fez uma cara de “ah, tá bom então!” e carimbou meu passaporte. Provavelmente ficou tranquilo com o fato de eu já ter um carimbo da imigração inglesa. Depois a Sara me disse que se eu fosse negro, dificilmente teria sido tão fácil. Iriam me pedir documentação para comprovar tudo o que estava dizendo. Triste, mas eu sei que é verdade.
Passei pela imigração e fui ao desembarque. Lá estava ela, Sarita, minha girafa preferida! Sara é uma italiana que eu conheci no Rio em 2009 na Lapa. Ela e sua irmã estavam curtindo um samba no meio da rua e eu cheguei cheio de boas intenções na Noemi (a irmã). Noemi ficou dois meses no Rio e Sara um ano. Nem precisa dizer que ficamos muito amigos! Sarita tem minha altura (1,82m) e cabelos e olhos negros.
Ela estava muito feliz! Depois me disse que nunca esperaria que um dia eu fosse até Copenhagen visitá-la, por conta da distância e por ser muito fora de rota para quem vai à Europa. Pegamos o metrô (em Copenhagen também há uma estação dentro do aeroporto) e partimos. O metrô lá é muito menor e menos movimentado que na Inglaterra, por várias razões.
Copenhagen é uma cidade de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes, territorialmente pequena e onde 40% das pessoas fazem tudo de bicicleta. Isso é uma coisa incrível e a única cidade com estas características na Europa é Amsterdam (depois me disseram que as duas cidades são extremamente parecidas). Quando desembarcamos na região central, troquei o dinheiro (lá não é Euro, mas Coroa Dinamarquesa) e fomos pegar a bicicleta que a Sara já tinha arranjado pra ficar comigo nos dias em que estaria por lá.
Copenhagen é bem bonita, com uma arquitetura toda peculiar e prédios baixos. Nesse primeiro dia não deu pra ver muita coisa, mas a gente passou num lago artificial onde todos param para conversar e pegar sol (artigo de luxo por lá). Depois fomos até uma lanchonete árabe comer um falafel. Não sou tão fã assim, mas encarei. Basicamente, é um sanduíche no pão sírio. E com MUITA pimenta. Aqui em Copenhagen tive alguns problemas com comida, mas isso fica para mais tarde. Já estava começando a anoitecer (eram quase 23hs, aqui anoitece mais tarde que em Londres!rs) e eu estava bastante cansado. Um pouco antes de chegar na casa da Sara – um apto num prédio bem antigo, com todos os pisos de madeira – paramos para comer um cheeseburger numa lanchonete cheia de árabes que quando descobriram que eu era do Brasil ficaram muito felizes falando sobre futebol e sobre o quanto a comida árabe é popular por aqui (um deles já tinha visitado o Brasil). Era hora de descansar!
Nas fotos: o lago artificial e pessoas aproveitando o sol na ponte que cruza o lago.


domingo, 9 de setembro de 2012

Meu amor. O que você faria?



Aquele que seria o último dia que eu aproveitaria por inteiro na minha primeira passagem por Londres foi um misto de vários sentimentos.  Ao mesmo tempo em que Londres tinha sido algo fantástico e completamente diferente de tudo que eu já tinha experimentado na vida, eu ainda tinha bastante coisa pela frente. Ao invés de ter um dia mais leve, resolvi aproveitar by myself.
Nesse dia comecei mais uma vez com os exercícios. Vale destacar que a essa altura eu já estava acordando bem tarde. Por volta de 10/11hs. Culpa do fim de semana!rs Mas levantei-me e quando era quase meio-dia estava na rua. Peguei o tube até Camden Town de novo, dessa vez para ver o street market.
O street market, ao contrário do que possa parecer, não é algo tão popular assim. É mais “alternativo”, você encontra peças quase artesanais, de fabricação única, mas os preços ficam na média do resto da cidade. Eu penso que originalmente era apenas um, mas hoje existem pelo menos três galpões inteiramente ocupados pelas barracas (com um aspecto de camelódromo). Apesar de venderem de tudo – livros, incensos, artesanatos, instrumentos musicais e muito mais – a grande maioria dos stands vendem peças de vestuário. Camisetas, vestidos, sapatos e cuturnos completamente estilizados. Alguns com cara de brechó. Achei bem interessante, dei uma volta ao redor e aproveitei para almoçar por lá mesmo. O market fica localizado em cima de um rio, e nas margens dele existem várias lojinhas com refeições “prontas”. Eis que avisto uma com a bandeira do Brasil. Quando cheguei, era um catarinense o dono, e eu tive um ótimo arroz-feijão-bife-farofa por 4,00 libras. Achei bem honesto.
Fiquei por lá umas duas horas... e ainda passei num restaurante chamado Made in Brazil (sei o que você vai pensar: que panaca! Foi pra Londres ver coisas do Brasil. Ok, nesse dia me bateu um pouco de homesick). Lá eu tomei um açaí na tigela (7,00 pounds), que eu achei ok, nada demais. A dona é uma inglesa e a equipe basicamente composta por brasileiros.
De lá, fui até outro major spot: o Hyde Park. Fica na região central de Londres, bem perto do Marble Arch (um grande arco monumento feito em mármore). Local muito famoso pelos festivais e eventos que tem o parque como cenário. É um local lindo, cheio de gente praticando esportes, passeando, casais sentados nos gramados e várias outras coisas. Rola até um caminho em homenagem à Princesa Diana, com placas no chão indicando seu trajeto. Nesse dia fazia um belo solzinho, bastante agradável. Tirei a camisa e estendi no gramado. Fiquei lá deitado por algum tempo, aproveitando aquele clima de relaxamento. Viver como um londrino não é nada mal.
Informação adicional: eu era a única pessoa sem camisa no parque. Ninguém fica sem camisa lá (nem no resto da Europa... só na praia).
Levantei e fui andando pelo parque, até que cheguei numa região toda gramada e aberta que tinha várias pessoas jogando futebol. Me bateu aquela vontade, dei uma olhada ao redor e encontrei um grupo que tinha um número ímpar de jogadores. Fui até lá e pedi pra jogar, no que eles me atenderam. Sensacional!
Era um grupo basicamente de árabes, mas não consegui precisar qual país. Tinha um italiano, um escocês e o resto árabes ou do norte da África. Alguns jogavam bem – nada de espetacular – e tinha até um com o uniforme completo da seleção brasileira (do Daniel Alves). Achei melhor não dizer de onde era, pois eles poderiam ficar decepcionados.rs Eu era o único de calça jeans e all star, mas tudo bem. Fui para um time que com o decorrer percebi que era um pouco mais fraco, mas fomos equilibrando o jogo. À medida que a partida ia ficando igual, eles aliviavam cada vez menos. Eu recebi pelo menos umas três faltas bem fortes (incluindo um chute no joelho e um pisão por trás rs). Mas tranquilo, já tinha jogado com estrangeiros antes e para eles isso é normal, ninguém reclama. Eu tirei a camisa de novo pois estava com calor (o que fez eles gritarem “He’s on fire!”rs) e no fim acho que perdemos por um gol. Mas foi legal. Eles me perguntaram de onde eu era e eu falei: Brasil. Me convidaram para jogar com eles de novo na semana seguinte e eu expliquei que estava indo embora, mas agradeci.
Nesse momento rolou um episódio completamente inusitado: como eu estava com muito calor, fui embora andando pelo parque sem camisa, e nem lembrei que isso era incomum. Fui reparando que eu era, verdadeiramente, a ÚNICA pessoa sem camisa lá. Todos me olhando. Mas eu nem me importei. Estava com calor mesmo e que se dane!(mentira, isso durou uns cinco minutos e eu a vesti de novo – achei que pudesse ser preso rs).
Fui então para South Kensington encontrar a Cami. Devia ser por volta de 18hs e ela tinha acabado de sair do trabalho. Ela comeu uma salada e partimos pro Soho pois tínhamos marcado um jantar de despedida. Pegamos o tube e descemos em Picadilly. Caminhamos por Leicester Square, por Chinatown até chegar no miolo do Soho. Essa era a região mais cool na Londres dos anos 60. Algumas coisas tem aspecto bem envelhecido, e rolam uns becos e vielas com o melhor e o pior da área central. Fomos andando a esmo (sempre fazíamos isso rs) até que vimos uma casa de sucos bem legal, e que usava frutas de verdade! Eu pedi um de manga com maracujá e côco e a Cami mamão, laranja e raspberry. Estava muito bom. Ficamos por lá, papeando, tentando entender o quanto aquela experiência toda de vivenciar uma cidade como a capital inglesa faz você enxergar as coisas de uma maneira diferente (Cami teve a mesma epifania quando esteve lá pela primeira vez). Quando percebemos, era 22:30 e decidimos voltar pra casa. Chegava ao fim uma das maiores histórias de amor por uma cidade que eu já tive na vida. Mas eu ainda iria voltar a Londres.

Nas fotos: O Marble Arch, o caminho da Princesa Diana, escultura no Hyde Park e detalhe do gramado.





domingo, 2 de setembro de 2012

Segunda de Primeira (e o ápice dos trocadilhos ridículos)


A segunda começou com uma sensação de saciedade plena depois da Feijoada de domingo! Dei uma corrida leve pelo bairro (nunca é demais reforçar - East Putney é realmente muito bonito!) e vi até uma camisa do Flamengo! Era de um inglês que não falava nada de português...rs Na volta, banho, café da manhã em casa (um misto quente e umas blueberries) e pé na rua!
Neste dia, já tinha uma coisa planejada desde o Brasil. O Jason, amigo da Cami que eu dei uma moral quando esteve no Rio ano passado levando pra conhecer vários lugares legais na cidade, tinha comprado dois ingressos para um show do Chris Cornell solo voz e violão no Palladium. Estava super ansioso por isso. Sou fã do cara no mínimo desde 1998, mas isso seria só no fim do dia (tínhamos marcado de nos encontrar às 18:30).
Como tinha o dia inteiro pela frente, decidi conhecer o mais famoso museu de Londres, o British Museum! Um museu que conta a história da humanidade e das civilizações ao redor do mundo. Já nem sei mais qual é o museu mais impressionante. O que sei é que neste foi onde fiquei mais tempo. E só fui embora porque deu o horário de encerramento e eu tive que sair.rs
Peguei o tube até Holborn (uma região com bastante cara de Centro). Caminhei algumas quadras – região bem charmosa diga-se de passagem, como toda a cidade. – e lá estava ele! Dentro eu vi coisas das quais eu só tinha ouvido e estudado. As estelas maias – civilização pela qual sou fascinado -, totens de nativos norte-americanos com 15 metros de altura, múmias egípcias e o auge de tudo, a Pedra da Roseta, que é uma das descobertas arqueológicas mais importantes da história.
O museu fica num palacete incrível, com um amplo salão. Tinha itens que variavam da pré-história até o séc. XIX. E ainda rolou uma exposição temporária (toda hora eles escolhem um tema diferente) sobre o cavalo e sua representatividade para o homem. Tudo isso (pra variar) de graça!
Saí de lá quando eram 17:30 e voltei para Picadilly Circus que era próximo do Palladium. Comi em algum fast food e aproveitei para passar na loja da M&M’s em Leicester Square – existem 4 no mundo e a de Londres é a maior de todas. Parece uma Lojas Americanas, só que tudo lá é M&M’s. Almofada, chaveiro, camiseta, mochila, uma infinidade de bugigangas e claro, chocolate! E fui ao show do Chris!
O Palladium é o teatro mais antigo de Londres. Não é muito grande (capacidade para pouco mais de 2000 pessoas) e uma arquitetura incrível, em estilo neo-clássico. Rola aquele clima de gala, com a área interna inteira e o saguão decorados com um tapete vermelho. Quando chegamos, um funcionário nos acompanhou até os lugares (lá é lugar marcado) e já tinha começado o show de abertura que era de um cara chamado Paul Freeman. Nunca tinha ouvido falar, achei legal e decidi comprar o disquinho dele ao final (10 libras). Confesso que não achei o disco grande coisa...o show foi bem melhor.
Depois veio o grande momento: Chris Cornell! Não era a grande referência musical que eu tinha (Alice in Chains e Pearl Jam eram definitivamente mais importantes quando comecei a tocar), mas eu adorava aquele cara há mais de dez anos. Ele entrou sozinho, pegou um violão e começou... rolou Soundgarden (“Black Hole Sun”, “Fell on Black Days”, “Burden in my Hand” e outras), Audiosalve (“Like a Stone” e “Doesn’t Remind Me”), sua fase solo (“Can’t Change Me” e várias outras), e até Temple of the Dog! Aliás, ele tocou bastante coisa do Temple: “Wooden Jesus”, “Say Hello to Heaven” e “Hunger Strike”! O clima do show foi único. Como o lugar era pequeno, nos intervalos das músicas dava pra ouvir tudo que a plateia dizia. O Chris começou a fazer piadas... teve um momento em que alguém gritou algo e outra pessoa na própria plateia respondeu. Eis que o Chris fala: “vocês querem que eu volte depois?”rs Sensacional!
 Eu cantava quase tudo e o Jason ali, olhando impávido. Até agora não sei se ele não é tão fã assim ou se não conhece tanto o trabalho do cara. Nas músicas do Soundgarden ele até tava empolgado. Mas se a sua intenção foi retribui a gentileza comigo, deve ter ficado satisfeito pois viu que eu estava amarradão! 
Saímos de lá...o Jason tava quase dormindo em pé (era mais de 23hs numa segunda feira...o cara itnha acordado muito cedo pra trabalhar). Ele foi pra casa e eu peguei o Tube de volta pro home sweet home East Putney. 
Link do Chris tocando Like a Stone e Doesn't Remind Me:  http://www.youtube.com/watch?v=IcSbcvIBv7k
Nas fotos: A entrada do museu, um moai da Ilha de Páscoa, um totem norte-americano e o Palladium.



terça-feira, 21 de agosto de 2012

Brazillian No Sun Day


Depois do sábado cheio de opções e atrações,o domingo seria mais tranquilo. A Cami tinha marcado de fazer uma feijoada na casa de uns amigos. Quem iria cozinhar era o Luciano, um baiano que já está em Londres há bastante tempo e que conheceu a Cami nessas andanças da vida.
A Cami teve que ir antes, pois tinha ficado de ajudar na arrumação das coisas, e principalmente porque o Luciano não conhecia o resto da galera, e como os ingleses são diferentes da gente, ele provavelmente iria se sentir um tanto deslocado. Ela saiu por volta das 9 da manhã. Eu só acordei meio-dia e ainda dei uma enrolada... só cheguei lá depois das duas da tarde (depois de várias ligações da Camila querendo saber se eu estava vivo!rs).
A casa ficava num bairro do East London (a região não tão valorizada da cidade – mas não se engane. Ainda é bem melhor estruturada do que estamos acostumados). Peguei o tube até Manor House station e ainda peguei um ônibus que me deixou bem perto. Andando seria uns 20 minutos a mais. Ficava no fim de Hackney, um bairro já bem afastado da região central (para se ter uma ideia, era onde iniciava a zona 3 do metrô – que vai até a 6).
Quando cheguei na rua em si, parecia muito aquelas ruas sem saída aqui do Rio que acabam virando vilas. Cheio de casas, quase todas de dois andares e bem aconchegantes. Tem um espaço interno legal.
Usamos o quintal (que era pequeno, mas servia ao propósito). A feijoada foi meio que adaptada. Feijão preto e arroz ok. Carne seca também. Só que não encontraram o paio. Usaram um Chorizo da Polônia, que é uma lingüiça bem apimentada (bem diferente do paio, que não apimenta a comida). A farofa era de banana e também tinha pimenta (também não é o padrão nas feijoadas daqui... mas tudo bem). No fim das contas estava muito bom e eu comi extremamente feliz!
Na sobremesa, para complementar o almoço, Cami continuou na linha tipicamente brasileira: queijo com goiabada (uma goiabada cascão que eu levei do Brasil). Só que aí os ingleses também entraram na onda. Sorvete de Cornish Cream (parece um pudim de nata, algo muito comum lá) com torta de maçã. Isso estava muito, mas muito bom! E ainda rolou um brownie com castanhas feito por uma das meninas que moravam na casa (não lembro o nome de todos, mas essa era espanhola da Galícia, e para quem não sabe a língua Galega é quase igual ao português – então conversamos bastante). O brownie estava ótimo também, e com chocolate comprado em supermercado! Isso me impressionou na Europa em geral. Qualquer chocolate meia boca comprado na padaria é de excelente qualidade.
Ficamos lá, naquele clima domingão... eu peguei o violão depois de muita insistência do Luciano que queria ouvir um pouco de música brasileira e fiz um som. Engraçado como eles tem um comportamento bem diferente do nosso. Ao final de cada música todos aplaudiam... depois da terceira canção eu falei: “gente, estamos entre amigos, fazendo algo informal, não precisa aplaudir”. Todos me ignoraram e continuaram aplaudindo ao final das músicas...rs
Depois fomos assistir Portugal x Holanda pela Eurocopa. Não tinha nenhum português ou holandês no grupo, mas todo mundo ficou na pilha. O jogo acabou por ser bom (Cristiano Ronaldo jogou demais – a melhor atuação individual que vi na Euro). Já começava a cair a noite e ao final peguei o tube para voltar. Seria mais uma hora entre ônibus e metrô. E eu tinha planos grandiosos na segunda! 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Vagabundo Alimentado


O sábado começou bem! Como dormi cedo na sexta, acordei completamente descansado. E ainda bem, pois o dia seria longo e com muita coisa boa na programação! Nessa altura o organismo já estava perfeitamente habituado ao horário local. Exercícios feitos, corpo limpo e pé na rua. Café da manhã no Panini do metrô e tube até Tower Hill station.
Nesse dia decidi começar com a London Tower, que é basicamente um forte (e que tem a aparência de um castelo) às margens do Rio Tâmisa. Foi construído originalmente para ser uma fortificação de proteção à antiga cidade romana que lá havia (Londres foi parte do Império Romano). É possível inclusive observar ao lado da Torre um muro que é a construção mais antiga da capital inglesa, datada do séc. III.
Nesse dia estava um vento forte, céu nublado e até uma chuvinha. Mais britânico impossível!rs Lembro que saí da estação numa grande área aberta e já coloquei o gorro (andava com ele sempre no bolso). Fui até a entrada do castelo – que hoje comporta as joias da coroa num abrigo subterrâneo -, olhei por fora (ela é impressionante) e decidi não entrar. Custava 20 pounds (cerca de 60 reais), e eu achei melhor deixar para o final da viagem, já que a grana era contada. Mas já achei muito legal só vê-la por fora.
Saindo dali, resolvi fazer mais uma andança às margens do Tâmisa, dessa vez em direção à London Bridge. Cami havia me dito que embaixo da London Bridge rola uma feira de alimentos todo  sábado. Como era perto – em torno de 1km – reolvi ir a pé. É a região da cidade conhecida como “City”, que para nós seria o Centro. Vários edifícios comerciais, alguns com aspecto bem moderno – contrastando com a arquitetura tipicamente vintage do resto da cidade – que me lembraram um pouco aquela região próximo à Praça Mauá, só que bem mais apresentável. Nessa hora a chuva parou e abriu um sol. Sabe, esse é o único problema que me incomodou em Londres. O tempo não firma. Pode mudar radicalmente em questão de minutos.
Bom, cheguei à feira e a impressão foi: INACREDITÁVEL! É uma feira, parecida com as nossas feiras Hype, num terreno bem embaixo da ponte e cheio de barracas com comida do mundo inteiro. Tinha uma italiana especializada em pães, uma francesa que só vendia queijos, outra francesa que era exclusiva de doces no estilo confeitaria, uma portuguesa de azeites temperados... E por aí vai. Embutidos, carnes, licores, etc. Fiquei umas duas horas lá e comi um monte de coisa! Eu já não aguentava mais, aí passava numa barraca de salame e alguém vinha oferecer um pouco pra provar. Depois numa de doces, depois na de queijos... Eu comprei três coisas e experimentei umas 18!rs  
Quando saí de lá, passei numa igreja muito bonita ao lado do market, a Southwark Cathedral. Ela tem o formato de uma cruz, e as bases de sua construção são de 1086. Fiquei um tempo lá, fiz uma oração, troquei algumas palavras com o padre e descobri que ia rolar uma apresentação de um coral católico que tinha vindo do Havaí! Eu quis muito ficar para assisti-los, mas tinha marcado de encontrar a Cami para almoçarmos quando ela saísse do trabalho, às 14hs. Fiquei lá até 13:45 e tive que sair (eles estavam coeçando a se posicionar, mas nem sinal de iniciar). Mas deve ter sido bem legal. Além de usar o piano, eles tinham dois ukuleles (é tipo um cavaquinho, só que havaiano) e eram basicamente todos crianças. Uma pena não ter assistido...
Meti o pé da Catedral e peguei o tube de novo até Notting Hill Gate! E dessa vez, eu fui para o lugar chamado Notting Hill!
Todo sábado rola um street market com tudo quanto é tipo de produto na Portobello Road, que é a rua mais famosa de Notting Hill. Esse market inclusive aparece no filme, com o Hugh Grant e a Julia Roberts caminhando por ela. O lugar é extremamente cativante. Notting Hill tem uma cara de vila, com casinhas baixas e coloridas. Cami me disse que aquele era o padrão daquele bairro, e que por isso muita gente o acha charmoso.
Apesar da feira, Notting Hill é uma das áreas mais caras pra se morar. Quem vivia lá era o baterista do U2, Larry Mullen (que era cliente da Cami na KX – sim, a Camila é a personal trainer do batera do U2). Mas por considerar o bairro muito cheio, ele se mudou de lá há quase um ano, e decidiu construir uma academia dentro de casa. Então agora a Cami vai até a casa do Larry fazer as séries dele e acompanhar o treino.
Voltando à feira, é realmente incrível. Pra quem é do Rio, tem a cara da feira da Rua do Lavradio, na Lapa. Só que ainda mais ampla. Mas a ideia é a mesma. Andamos por ela, comprei uns presentes legais e decidimos comer pois a fome chegava de novo.
Já tínhamos combinado que pelo menos num dia eu comeria o fish and chips, prato típico dos ingleses. Fomos num pub (fish and chips tem que ser num pub segundo ela) e pedimos. É basicamente um filé de peixe empanado com batata frita. A grande diferença é que eles usam cerveja na massa para empanar e as batatas deles são espetaculares. Agora, o peixe em si aqui no Brasil temos muito mais gostosos (o peroá por exemplo). Ah, e nesse vinha um purê de ervilha com hortelã (era bom, mas achei que não combinava muito com o resto). E foi até um pouco caro para o padrão de lá: 10 libras. 
Saímos do pub e ainda deu tempo de tomar um gelatto italiano (Londres é cheia de sorveterias italianas) antes de irmos pra casa. Já era um torno de 17hs e tínhamos que correr pois ia rolar a despedida da Nicky, uma amiga neozelandesa que estava voltando de vez para lá.
Passamos em casa, e voltamos até o Bairro de Fulham, que junto com Chelsea forma a área mais nobre da cidade. Faríamos a pré num lugar chamado Vagabond que nada mais é que um Winebar.  Achei bem legal o conceito: você insere créditos num cartão magnético, e as garrafas de vinho ficam numa vitrine climatizada que circunda todo o bar. Cada um tem uma pequena explicação sobre as características de aroma e sabor e o valor da dose. Digita-se o código do cartão (e automaticamente é descontado o valor dos seus créditos) e a dose sai naquele esquema máquina de refrigerante – tem que colocar a taça embaixo.
Eu não bebo, mas fiquei ali com o pessoal, debatendo sobre vinhos do mundo inteiro, indicando uns Malbecs argentinos (que a cada ano bissexto eu bebo uma taça – são meus preferidos). Ah, e os vinhos são separados de acordo com a região do planeta.
Ficamos lá até quase meia-noite e partimos para um night club em Chelsea, ali do lado. O Dorsia é um típico night club gringo. Só entra quem é associado (e seus convidados). O lugar é um sobrado antigo, com uma cara de residência. Tem três ambientes – o térreo, onde fica o bar principal e o lounge (que todos transformam numa área de dança), o mezanino que é uma área VIP e o subsolo, onde rola uma pista frenética. Tocava basicamente Pop, Rn’B e Hip Hop americano. Nada de especial.
Saímos de lá por volta das 3 da manhã e pegamos o Double Deck bus para voltar. Seria a primeira vez que usaria o famoso ônibus londrino. Foi legal, diferente (como toda criança é óbvio que eu quis ir no segundo andar!rs) e lerdo demais. Como anda devagar! E não tinha trânsito nenhum! Descemos na High Street (a principal de Putney) e fomos andando. Quinze minutos intermináveis com o termômetro marcando 10 graus. 
Nas fotos: A London Tower, rua da City, casa em Notting Hill, o fish and chips e o food market da London Bridge.






domingo, 5 de agosto de 2012

É sexta-feira! Dia de dormir!


Como virou praxe em Londres, vamos acordar cedo! Mas dessa vez foi um pouco mais tarde que os outros dias... às 9 horas! Como perdi grande parte da manhã, acelerei as coisas para fazer o dia render. Banho rápido e parti pra rua. Café da manhã num quiosque na entrada da estação do metrô que vendia uns sanduíches na ciabatta (chamados “panini”) e onde trabalhava, quem diria, uma brasileira! (descobri isso quando vi no balcão algo muito familiar, e ao ler o nome do produto,o espanto: coxinha!rs).


Nesse dia fui pra região mais clássica da capital inglesa, decidido a ver o Palácio de Buckingham e o que mais desse. Tube até St. James Park station, e de lá caminhando até o perímetro do palácio. Fui passando pelas ruas estreitas (marca da área central de Londres) até que saí numa parte aberta. Vi um aglomerado de gente e percebi que estava no caminho certo, já tava quase... a concentração já é enorme mesmo estando a algumas quadras da residência da rainha. Assim que eu saí da estação, começou uma chuva leve. Aliás, esse foi um típico dia londrino. Ao longo do texto vocês vão perceber...
Quando estava quase lá, eis que a chuva dá uma apertada. Isso inclusive é raro, pois lá a chuva geralmente é fraca e passageira (e constante rs). Procurei uma árvore pra me proteger – ainda não tinha o hábito de sempre carregar um guarda-chuva como os locais – e fiquei de papo com duas americanas que também não se informaram tão bem sobre o clima. Passados uns quinze minutos, a água finalmente cessa e começa a aparecer um sol (!). Nunca se esqueçam que quando se trata de Londres, o sol é sempre como a luz da geladeira. Mas eu aproveitei o verão (?) e fui até o palácio.
Quando cheguei lá, estava rolando um desfile estilo parada militar (com banda e tudo!) e tentei descobrir do que se tratava mas ninguém soube me explicar. Fiquei ali curtindo, fiz umas fotos – coisa rápida já que o acesso é restrito e a movimentação de pessoas nunca para. Desci pelo St. James Park (que fica em frente ao palácio), um parque pequeno mas muito bonito. Tem um lago que o atravessa com marrecos e até pelicanos!rs Muita gente correndo, aproveitando o (raro) sol que faz por lá. Fui até a outra ponta do parque e cheguei em frente a um palácio muito bonito (que depois descobri que era o Quartel General da polícia montada). Tentei me localizar mentalmente (nunca carregava mapas!rs) e lembrei que estava perto de outro ponto emblemático: a Trafalgar Square.
Todos já devem ter visto a imagem daqueles leões enormes em frente a um chafariz quando passa alguma reportagem sobre Londres. Bem, essa é a Trafalgar Square. Eu, como todo turista, também subi num dos leões (só não tirei foto porque já era demais). Foi nessa hora inclusive que senti um calor razoável por lá. Devia estar batendo uns 25 graus. Assim que cheguei, uma manifestação pelos direitos dos negros gays estava prestes a começar. Fiquei com a sensação de ser um pouco como a Plaza de Mayo em Buenos Aires... todos os dias tem alguma manifestação.rs E em frente à praça fica a National Gallery, um dos mais famosos acervos de arte do mundo. Lá Encontram-se expostos Leonardo da Vinci, BotticelliCaravaggioRembrandtRenoirMonetVan Gogh, Gauguin e Picasso entre muitos outros. E como é de praxe, grátis!
De lá desci pela Northumberland Avenue (repita esse nome 3x rápido!) até chegar ao Rio Tâmisa. Preciso dizer que várias vezes em Londres decidia andar sem um rumo certo e acabava me deparando com cenas e locais incríveis. Ao chegar nas margens do “Thames”, caminhei por ela observando tudo ao redor. Vi muita gente correndo e fazendo exercícios (como num “calçadão”) e vários barcos atracados que fazem um cruzeiro pelo rio mostrando a cidade. Achei bem legal e segui meu caminho até que, em pouco mais de 10 minutos de andança, lá estava ele, imponente e pontual honrando as tradições: o Big Ben!
Difícil descrever o impacto desta imagem. Aquilo que já vimos não-sei-quantas-vezes em filmes, revistas e afins estava finalmente na minha frente. Eu fiquei parado uns cinco minutos, olhando e deixando cair a ficha de que finalmente estava vivendo as experiências de integração e expansão que sempre sonhei. Eu devia estar com aquela cara de turista babaca (tão turista e tão babaca que tentavam me vender tudo quanto era tipo de treco - algumas vezes com uma certa insistência extorsiva rs). Como cheguei lá quando o relógio marcava 13:50, esperei até às 14hs para ouvi-lo tocar. Não é nada demais, mas é o som do Big Ben.
Atravessei a rua e agora era ela quem me esperava: A Casa dos Comuns. O Palácio de Westminster, sede do parlamento britânico. O lugar onde até a rainha pede licença para falar. Belíssima construção e, ao lado, a Abadia de Westminster, igreja onde se celebra a coroação do monarca. Ali havia mais um protesto, desta vez referente a algum crime cometido onde defendiam a inocência do acusado. Acho que era mais ou menos isso...rs Nesse momento, olhei pra praça que fica em frente à Abadia e ao Palácio, e vi todas aquelas bandeiras dos países da Commonwealth, as pessoas andando de terno, o Double Deck bus... pela primeira vez me senti no centro do mundo. Sim, ali eu percebi: estou no centro do mundo! E tenho que admitir: esta sensação é tentadora.
Nesse momento recebi uma ligação da Cecilia. Cecilia é a namorada do Francesco, que era o italiano que morava junto com a Camila. Morava no México e estava há dois meses em Londres lá no apto deles. Havia poucos dias que uma amiga mexicana dela havia chegado, a Karla. Elas tinham acabado de sair do Museu de História Natural e eu fui ao encontro delas em South Kensington. Decidimos então ver o Victoria & Albert Royal Museum, ou museu de artes (o segundo daquela lista). Era um palácio muito bonito que tinha sido convertido em museu. Dentro, basicamente esculturas de todas as partes do mundo. Das figuras geométricas do islã à arte sacra européia. Vasos de porcelana chineses e tapeçaria persa. Ficamos umas duas horas lá dentro e depois partimos para um walking tour.
Estávamos no bairro de Chelsea, que é a área mais nobre de Londres. Seguimos pela famosíssima Brompton Road, uma rua cheia de lojas de grife e hotéis cinco estrelas. As calçadas estavam completamente lotadas. Londres é uma cidade muito, muito cheia, mas a engrenagem não trava. A grande maioria se locomove de metrô, mas nunca está superlotado nem atrasa. A educação e gentileza são as palavras de ordem. Todos se preocupam com o espaço do próximo e pedem desculpas por tudo. Se te esbarram, “sorry”. Se passam na sua frente, “sorry”...depois de uns dias eu via gente me dizendo “sorry” e eu nem sabia por que...rs
Andamos, andamos e andamos... como o sol se põe tarde, tinha perdido a noção da hora. Já eram quase sete e a Camila me liga: havia chegado em casa. Continuei meu passeio – passamos por uma área residencial de frente ao Hyde Park que era incrível – e paramos na estação Victoria. Nesse dia a Inglaterra jogava contra a Suécia pela Eurocopa e tinha combinado de assistir com a Cami. Cheguei em casa quando faltava uns 10 min pro jogo começar. Estava tão acabado pelo dia inteiro caminhando, que eu e Cami deitamos pra ver o jogo e não levantamos mais...rs Eu ainda acordei no fim do jogo e olhei de relance o placar (a Inglaterra venceu por 3x2 numa virada emocionante), mas morri pro resto da sexta. Não saímos... Cami precisava dar três aulas cedo no sábado. Fui solidário!rs
Nas fotos: O Palácio de Buckingham, Coroa de Flores no St. James Park, Trafalgar Square, margem do Tâmisa, Big Ben e Brompton Road.